SÃO PAULO (Reuters) - A segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negou nesta terça-feira pedido de habeas corpus para Marcelo Odebrecht e determinou que a prisão preventiva de outros dois executivos ligados à Odebrecht fosse transformada em prisão domiciliar com a adoção de medidas cautelares.
Por três votos a dois, os ministros da segunda turma do Supremo decidiram manter Marcelo Odebrecht preso em Curitiba, onde está desde junho do ano passado acusado de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4), investigado pela operação Lava Jato.
Votaram para manter a prisão de Marcelo Odebrecht os ministros Teori Zavascki --relator da Lava Jato no Supremo--, Cármen Lúcia e Celso de Mello. Votaram pela concessão do habeas corpus com adoção de medidas cautelares, entre elas a prisão preventiva, os ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
Na mesma sessão, a segunda turma concedeu por unanimidade habeas corpus para Rogério Araújo e, por três votos a dois, a Márcio de Faria, ambos executivos ligados à Odebrecht. Os dois terão de obedecer a medidas cautelares impostas pelos ministros, como permanecer em prisão domiciliar, uso de tornozeleira eletrônica e entrega dos passaportes às autoridades.
Marcelo Odebrecht foi condenado no início de março a 19 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa pelo seu envolvimento na Lava Jato.
No fim de março, a empresa anunciou que decidiu fazer uma "colaboração definitiva" com os investigadores da Lava Jato, que abrangeria, de acordo com o que informou a companhia à época, funcionários e executivos que desejassem e tivessem como colaborar com as investigações.
(Por Eduardo Simões)