O relatório anual “Domestic View”, da Kantar, sobre os gastos domiciliares dos brasileiros, mostra que 69% dos lares do país fecharam o ano de 2022 endividados. Além disso, mostra que 73% dos brasileiros precisaram adaptar padrões de compra mês a mês para conseguir pagar as despesas ao longo do 1º trimestre de 2023.
O estudo foi realizado com 4.915 domicílios brasileiros, que representam mais de 58 milhões de lares, de outubro a novembro 2022. Destes, 33% disseram que o salário mal cobre as despesas do mês.
A cesta de bens de consumo, composta por alimentos, bebidas, artigos de limpeza e itens de higiene e cuidados pessoais, ocupou 54% dos gastos dos brasileiros. Os artigos de limpeza foram os que mais impactaram a renda da população em 2022, com 15% de gastos médios a mais do que em 2021.
O cenário econômico se mostra mais desafiador entre os jovens. Nos lares com pessoas até 29 anos, a taxa dos que se sentem mais pressionados e com dificuldade para pagar as despesas fixas é de 37%, enquanto nos lares 50+ esse índice cai para 29%.
Todas as regiões brasileiras analisadas apresentaram taxa de endividamento maior do que em 2021. Na média brasileira, a relação renda x gasto foi de -21% em 2022, com renda de R$ 1.614 e gasto de R$ 2.042. A Grande São Paulo apresentou a relação mais negativa, com -31%, e o Sul do país foi a região com menor endividamento, de -6%.
Pets
O desembolso dos lares com animais de estimação segue em alta, mas com movimentações diferentes em cada classe social.
A classe C, por exemplo, aumentou as despesas com alimentação para pets em detrimento de compra de animais domésticos, acessórios e artigos de higiene.
Já a classe DE gastou mais com despesas veterinárias, acessórios e artigos de higiene e diminuiu gastos com alimento e compra de animais domésticos.
Internet, Streaming e Tv Paga
Os gastos dos brasileiros com internet e streaming continuam crescendo, enquanto a contratação de TV paga está em queda desde 2019.
O desembolso com TV por assinatura saiu de 23% em 2021 para 17% no ano passado. Em contrapartida, os gastos com streaming de vídeo cresceram 23% de 2021 para 2022.