Considerada o berço da humanidade, a África deve ser a principal responsável pela expansão da população mundial nas próximas décadas. Enquanto o resto do mundo envelhece, o continente africano deve dobrar seu número de habitantes de 1,2 bilhão para 2,5 bilhões de pessoas até 2050.
Na prática, isso significa que 25% dos moradores do planeta serão da África até 2050. A curva de crescimento populacional do continente será duas vezes mais rápida que a registrada no sul da Ásia e quase 3 vezes mais do que a da América Latina. As projeções são da ONU.
Nos países mais ricos, as taxas de natalidade têm caído a cada ano. Mas na África, o nascimento de bebês vem crescendo exponencialmente. Em 1950, a população do continente correspondia a menos de 10% do total mundial.
Trata-se de uma expansão de dimensão sem precedentes, até em comparação com a China. Em 100 anos, a Ásia terá multiplicado por 4 o seu crescimento populacional, enquanto a África terá crescido 10 vezes em número de habitantes.
Ao contrário do resto do planeta, a África deve chegar em 2050 com uma população majoritariamente jovem. Pelo menos 1/3 de todos os jovens de 15 a 24 anos serão do continente, segundo a ONU.
Na maioria dos países africanos, pelo menos 70% dos moradores têm menos de 30 anos. Atualmente, a idade média na África é de 19 anos. É a menor entre os continentes.
Na Índia, país mais populoso do mundo, a média está em 28 anos. Nos Estados Unidos e na China, 38 anos.
Com a alta fecundidade nas regiões oriental, ocidental e central da África, o continente deve ter 1,3 bilhão dos 2 bilhões de novos habitantes que vão compor o aumento populacional até 2050, quando o mundo deve ter 10 bilhões de habitantes.
Dessa forma, tanto a África Oriental como a África Ocidental passarão a ter populações maiores do que a da Europa.
O crescimento populacional do continente africano pode mudar a geopolítica global e ampliar a influência política da região no resto do mundo, que atualmente é quase nula.
Por outro lado, aumentará o desafio de superação da pobreza e da insegurança alimentar, uma vez que a região não está preparada economicamente para a expansão.