(Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira em Genebra, na Suíça, onde está em viagem oficial, que tomará uma decisão sobre a permanência do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, após conversar com ele sobre o indiciamento da Polícia Federal que sofreu na véspera e afirmou que a acusação formal não significa que o ministro cometeu um erro.
"Eu acho que o fato do cara ter sido indiciado não significa que o cara cometeu um erro, significa que alguém está acusando e a acusação foi aceita. Agora, é preciso que as pessoas provem que são inocentes e ele tem o direito de provar que é inocente", disse Lula a jornalistas na cidade suíça, onde participará nesta quinta de encontro da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
"Eu não conversei com ele ainda, vou conversar hoje, e vou tomar uma decisão sobre esse assunto", acrescentou.
Na quarta-feira a PF indiciou o ministro das Comunicações pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa em investigação que apura desvio de recursos públicos em obras da estatal federal Codevasf.
O relatório sobre o caso elaborado pela Polícia Federal foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Posteriormente, o documento deve seguir para a Procuradoria-Geral da República, a quem caberá decidir se denuncia Juscelino, com base nas apurações feitas pela PF, pede investigações e diligências complementares ou arquiva o caso por falta de provas. Caso a PGR decida pela denúncia, caberá ao STF decidir se o ministro se torna réu no caso.
O ministro afirmou que o indiciamento não implica culpa e que caberá à Justiça julgar o caso. Ele acrescentou que sua inocência será comprovada ao final do caso e espera que o amplo direito de defesa e a presunção de inocência sejam respeitados.
(Por Eduardo Simões)