'Se a gente não ganhar nas urnas, vamos ganhar na bala', diz deputado no CE

Publicado 08.09.2022, 16:22
Atualizado 08.09.2022, 19:41
© Reuters.  'Se a gente não ganhar nas urnas, vamos ganhar na bala', diz deputado no CE

São Paulo - O deputado estadual cearense Delegado Cavalcante (PL), apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), ameaçou usar a violência em caso de derrota eleitoral do atual chefe do Executivo na disputa ao Palácio do Planalto durante manifestação do 7 de Setembro em Fortaleza. "Se a gente não ganhar nas urnas, se eles roubarem nas urnas, nós vamos ganhar na bala", disse. Apoiadores aplaudiram a fala e alguns gesticularam fazendo uma arma com o dedo, gesto usado por Bolsonaro.

A bolsonaristas, Cavalcante reforçou sua descrença nas urnas eletrônicas e disse que o presidente venceu a eleição de 2018 no primeiro turno. "Nós não temos medo, nós somos a resistência. Não temos medo dessa corja, esses pilantras que acabaram com o Brasil. Não vamos deixar que nosso presidente perca a eleição", disse.

Bolsonaro já disse repetidas vezes, sem apresentar provas, que venceu a eleição de 2018 contra Fernando Haddad (PT) no primeiro turno. Naquele ano, Bolsonaro foi eleito presidente da República no segundo turno com 55,13% dos votos válidos, ao derrotar Fernando Haddad (PT), com 44,87%. Além disso, o chefe do Executivo realiza diversos ataques ao processo eleitoral brasileiro e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A Polícia Federal, já no ano passado, negou que as urnas eletrônicas tenham sido alvo de investigações da corporação relativas a fraudes, desde que o sistema eletrônico foi implementado no Brasil, em 1996.

Como mostrou o Estadão nesta quinta-feira, 7, bolsonaristas usaram o Telegram e WhatsApp para atacar a legitimidade do processo eleitoral e insistir numa tese de fraude a acontecer no dia 2 de outubro.

Nas redes sociais, Cavalcante usa as fotos de perfil ao lado de Bolsonaro e impulsiona anúncios no Facebook (NASDAQ:META) e no Instagram ao lado do presidente e estimula conteúdos em apoio aos caçadores, atiradores e colecionadores, conhecidos como CACs. Como revelou o Estadão, a quantidade de armas registradas pelo grupo passou de 1 milhão em julho deste ano. "Sou totalmente a favor dos CACs", diz uma postagem do delegado. Ele gastou mais de R$ 11 mil em anúncios na plataforma nos últimos 90 dias.

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