Investing.com – Analistas enxergaram de forma mista os dados operacionais da Vale (BVMF:VALE3), que teve uma produção considerada surpreendente, mas vendas abaixo do esperado. Enquanto a produção de ferrosos foi uma surpresa positiva, principalmente a expansão de volumes da antiga região de Carajás, além da produção de pelotas, as vendas do minério de ferro deixaram a desejar.
Às 11h41 (de Brasília), as ações da Vale perdiam 1,47%, a R$68,15.
Em prévia operacional, a Vale informou que a produção de minério de ferro totalizou 89,4 Milhões de toneladas no quarto trimestre de 2023, uma alta anual de 11%. Em 2023, a produção atingiu 321,2 Mt, superior ao guidance de 315 Mt, com expansão anual de 4,3%. As vendas de finos e pelotas de minério de ferro somaram 88,2 Mt no quarto trimestre, demonstrando estabilidade na base anual.
A produção de cobre totalizou 99,1 kt no trimestre, um acréscimo de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior. A produção de cobre subiu 29% em 2023, alcançando 326,6 kt, pouco acima do guidance revisado de 325 kt. A produção de níquel teve um recuo de 5% no quarto trimestre ante igual intervalo do ano anterior. Em 2023, somou 164,9 kt, em linha com o guidance, mas com queda de 8%.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o banco Goldman Sachs (NYSE:GS) ressaltou a batida na produção de ferrosos, mas lamentou a decepção na qualidade de produtos premium. A produção reportada de minério de ferro da Vale foi 7% acima do esperado pelo banco. “A mina de cobre Salobo III continua crescendo bem. Do lado negativo, o teor médio de Fe de 62,1% foi pior do que o esperado”, aponta o GS, que alterou a projeção de EBITDA do 4T23 de US$ 5,7 bilhões para US$ 6,5 bilhões.
O Goldman possui recomendação de compra para as ações da Vale, com preço-alvo de US$18,50 para as ADRs. Os analistas mencionam cinco motivos para a indicação, incluindo equilíbrio do mercado de minério de ferro neste ano, impulso operacional positivo, exposição relativamente baixa dos investidores, valuation atrativo e continuidade de medidas econômicas do governo chinês.
O desempenho operacional foi considerado positivo pela XP (BVMF:XPBR31), diante da produção mensal de minério de ferro em dezembro de 2023 nos níveis mais altos desde 2018. Segundo a XP, a produção de minério de ferro pode ser considerada sólida, mas compensada por embarques abaixo do previsto.
A maior produção foi destaque nos complexos de Itabira e Vargem Grande. Os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano também mencionaram os maiores preços de referência. “Projetamos um melhor desempenho para metais básicos, refletindo volumes e preços acima do esperado, embora o níquel deva permanecer como destaque negativo nos resultados do 4T23”, afirma a XP.
O BTG (BVMF:BPAC11) avaliou os dados como em linha com as expectativas e concorda com o progresso na produção, ao afirmar que as decepções estão diminuindo.
“Embora não exista uma solução mágica de curto prazo para impulsionar os volumes na frente operacional, estamos otimistas de que o pior já passou. Além disso, temos uma visão mais otimista sobre as preocupações recentes (mudanças na gestão, Mariana, concessões ferroviárias) e acreditamos que a governança da empresa se prova confiável”.
Os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner ressaltam que a principal preocupação dos investidores, a produção de minério de ferro de Carajás, apresentou melhoria de 8% ano a ano. “No geral, estamos razoavelmente confiantes em nossa Previsão de EBITDA para o 4T de US$ 6,5 bilhões, que acreditamos ainda não estar precificada pelo mercado, potencialmente devido ao ruído recente”.
O BTG espera uma melhoria no ambiente operacional para a Vale em 2024, que é um dos nomes preferidos para exposição à reaceleração da economia chinesa. Por isso, a recomendação é de compra, com preço-alvo de US$19 para as ADRs.
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