A Fitch Ratings anunciou, na 6ª feira (24.mai.2024) que manteve a nota da Eletrobras (BVMF:ELET3) em BB- na escala global e AA na escala nacional, com perspectiva negativa. As notas são referentes ao risco de crédito, sendo D a pior nota e AAA a maior.
Segundo o relatório da agência de risco de crédito, a expectativa negativa é reflexo da modesta geração de caixa adicional proveniente da venda dos altos volumes de energia descontratada, o que deve impedir a empresa de reduzir os índices de alavancagem.
Outro problema encontrado é a significativa saída de caixa decorrente das obrigações de privatização e do elevado plano de investimentos que devem resultar em FCF (fluxos de caixa livres) negativo.
Um ponto positivo é que a Eletrobras é a maior empresa do Brasil nos segmentos de geração e transmissão de energia, diz a agência.
A empresa tem 22% do mercado nacional de capacidade instalada e 38% do mercado de linhas de transmissão. Essa diversificação reduz os riscos operacionais e regulatórios.
Para a Fitch, as obrigações financeiras decorrentes da privatização e as esperadas saídas de caixa por contingências afetarão o CFFO (fluxo de caixa das operações) da empresa, que deve atingir R$5,7 bilhões em 2024 e R$6,3 bilhões em 2025.
O cenário base considera um plano de investimentos de R$23 bilhões entre 2024 e 2027. Desta forma, o FCF negativo seria de R$1,7 bilhão em 2024 e R$760 milhões, em média, durante 2025 e 2026.
Por fim, a elevada capacidade de geração de energia descontratada da Eletrobras expõe o grupo ao risco de preço de energia. O grupo terá de recontratar 3,0GW em 2024, 5,8GW em 2025 e 8,5GW em 2026, o que representa posições descontratadas de 15%, 30% e 45%, respectivamente.