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Analistas desaprovam aumento no prazo para reajuste de preços da Petrobras

Publicado 08.02.2021, 17:03
Atualizado 08.02.2021, 17:26
© Reuters.
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Por Ana Carolina Siedschlag

Investing.com - O mercado não reagiu bem à mudança na política de preços da Petrobras (SA:PETR4), realizada, segundo a empresa, no primeiro semestre de 2020, mas comunicada somente na última semana, e penalizava os papéis da petroleira nesta segunda-feira (8) com receios de que a empresa não consiga absorver as recentes altas do petróleo no exterior agora que o prazo para o reajuste dos valores é maior.

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Perto das 17h, os papéis preferenciais da Petrobras caíam 2,08%, a R$ 28,11, enquanto os ordinários recuavam 3,94%, a R$ 28,51.

Na última sexta-feira (5), uma matéria da Reuters, citando fontes, afirmou que a empresa teria ampliado de três meses para um ano o prazo em que calcula a paridade internacional de preços dos combustíveis.

A informação foi confirmada no domingo (7) pela petroleira, que argumentou que a política comercial da empresa não teria sido alterada e que a companhia segue a precificação de combustíveis alinhada aos preços internacionais convertidos para reais pela taxa de câmbio real/dólar americano.

A mudança, e a comunicação confusa, levaram a XP Investimentos e o Bradesco BBI a rebaixarem as recomendações dos papéis da petroleira de Compra para Neutro, por receios de que o aumento da periodicidade possa represar os preços dos combustíveis.

Os analistas do Bradesco BBI cortaram o preço-alvo para R$ 34 por papel, citando também riscos relacionados à situação dos caminhoneiros no Brasil. No caso dos ADRs, o preço-alvo passou para US$ 13.

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Eles temem, segundo relatório publicado nesta segunda-feira (8), que a “situação desconfortável” com a política de preços possa atrasar o processo de venda das refinarias e, portanto, dividendos futuros que são fundamentais para os investidores.

Já a XP Investimentos cortou os preços-alvos das ações de R$ 35 para R$ 32 e do ADR de US$ 13 para US$ 12, apontando riscos “cada vez mais elevados” de que a política de preços de combustíveis da estatal não obedeça a referências internacionais, além de uma margem adicional para custos de importação.

A Guide Investimentos manteve a recomendação de Compra para a estatal, mas reduziu o preço-alvo de R$ 38 para R$ 34. Para Luis Sales, estrategista-chefe da corretora, em entrevista ao Investing.com, ainda é cedo para avaliar todos os impactos para a companhia, mas o papel deve se manter pressionado ao menos no curto prazo por conta disso.

“Um aumento de três meses para um ano, principalmente com as recentes altas do petróleo, deixa a dúvida se a Petrobras vai conseguir capturar isso. Fora que a comunicação e o momento dela foram ruins”, diz.

Já José Falcão, especialista em renda variável da Easynvest, disse, em comentário, que a sequência de ruídos em torno da política de preços penaliza as ações da estatal e a pressão vem sob ameaça de greve de caminheiros, "tudo que o governo não precisa neste momento". Segundo ele, a alteração no período de apuração da política de preços, de três meses para um ano, não é motivo de uma preocupação exagerada, pois isso já aconteceu no ano passado e não teve prejuízos para os resultados da companhia.

A Ativa Investimentos, em nota distribuída ao mercado, apontou que os ruídos em torno da política de preço “distanciam a companhia do sucesso em sua trajetória e tornam mais longínquos e improváveis a diminuição do desconto perante os pares globais”.

Sobre a venda de ativos e reajuste de combustíveis

Além da confusão com a política de preços, a petroleira também anunciou, nesta segunda, outras quatro movimentações: a venda da parcela restante da Petrobras Uruguay Distribuición, a Pudsa, totalizando US$ 68,17 milhões; a conclusão das negociações com a Mubadala Capital para a venda da refinaria Landulpho Alves, a RLAM, por US$ 1,65 bilhão; o reinício do processo de venda da Refinaria Presidente Getúlio Vargas, a Repar; e um aumento no preço da gasolina e do diesel nas refinarias.

Sobre a venda da Pudsa, Sales, da Guide, escreveu em relatório que a transação simboliza “mais um movimento da Petrobras em linha com sua estratégia de crescimento”, pautada na venda da participação em ativos que não são estratégicos à operação.

Já sobre o recomeço do processo de venda da Repar, os analistas do Goldman Sachs escreveram, em relatório, que a decisão pode atrasar o calendário original de desinvestimento no ativo, enquanto a venda da RLAM parece mais concreta agora.

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Enquanto isso, Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos, escreveu em comunicado que a petroleira ainda tem espaço potencial para uma nova elevação de preço dos combustíveis no curto prazo, mesmo após aumentar em cerca de 8% o preço da gasolina e em 6% o diesel.

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“Mesmo após a elevação de 8% ser efetivada, estimamos que ainda exista espaço potencial de novo aumento de até 5% da gasolina no curto prazo”, escreve.

Já o economista-chefe da Necton, André Perfeito, escreveu em nota que, dado a relevância do subitem gasolina no cálculo da inflação medido pelo IPCA, essa nova alta anunciada hoje pela petroleira pode ter impacto significativo de 40 pontos-base no índice de fevereiro. 

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