Investing.com – O Bernstein enviou uma nota aos clientes na sexta-feira, 11, alertando que a Apple (NASDAQ:AAPL) poderia enfrentar riscos “graves” se decidisse mudar parte da sua base de produção para fora da China, devido às tensões comerciais entre Washington e Pequim.
Os estrategistas do banco disseram que a China é responsável por 70% das instalações de fabricação da gigante da tecnologia e por mais de 90% da sua capacidade de produção e montagem. Além disso, estimaram que 40% das fábricas de componentes de fornecedores da companhia estão localizadas no país asiático.
A Apple poderia ficar muito dependente do país para a montagem de seus produtos se continuasse nesse caminho, alertaram os analistas. Eles sugeriram que a empresa poderia reduzir esse risco, movendo parte de sua cadeia de suprimentos da China para outros destinos, como Índia e Vietnã, mas que isso levaria alguns anos.
“Embora a Apple pareça determinada a diversificar sua base de produção, acreditamos que levaria entre 3 e 5 anos para transferir 25% da montagem final da Apple para fora da China”, afirmaram os analistas.
No entanto, ressaltaram que uma mudança repentina desse tipo poderia gerar uma reação negativa dos consumidores ou até mesmo consequências políticas para a Apple na China - um mercado que representa quase 20% de suas receitas globais. Esses problemas poderiam se agravar, especialmente se as relações comerciais já tensas entre os EUA e a China piorarem, observaram os analistas.
Nesta semana, as tensões aumentaram depois que o governo Biden impôs uma nova proibição de alguns investimentos em empresas chinesas especializadas em tecnologias sensíveis, como semicondutores, computação quântica e inteligência artificial. Autoridades na China posteriormente sugeriram que poderiam retaliar contra essa medida.