SÃO PAULO (Reuters) - A maior parte dos supermercados brasileiros projeta estabilidade nas vendas de Páscoa na comparação com o ano passado, mostrou pesquisa da associação que representa o setor, Abras, que também apontou preparação dos varejistas para consumidores mais sensíveis a preços.
Dentre os entrevistados, 55,8 por cento disseram acreditar que as vendas ficarão no mesmo nível de 2014, 17,3 por cento previram vendas mais fracas e 26,9 por cento estimaram um resultado superior ao obtido um ano antes.
A Páscoa é considerada a segunda data mais importante em vendas para o setor, atrás do Natal.
Em comunicado, o presidente do Conselho Consultivo da Abras, Sussumu Honda, afirmou que neste ano o varejista está mais cauteloso.
"Apesar de as vendas dos supermercados como um todo ainda estarem positivas, a percepção de um ano difícil com crescimento nulo e inflação alta, aliada aos juros mais altos e corte de despesas do governo, acaba afetando as expectativas do setor", disse.
A pesquisa da entidade também apontou que os supermercados estão enxergando menor disposição dos consumidores em investir em ovos de Páscoa: os produtos com mais de 500 gramas, mais caros, foram os únicos na categoria de chocolates que apresentaram queda nas encomendas sobre um ano antes, com recuo de 6,7 por cento em valor.
O aumento mais expressivo, de 5,9 por cento, foi para os ovos de até 150 gramas, os mais baratos.
PRIMEIRO MÊS DO ANO
Em janeiro, as vendas reais dos supermercados no Brasil subiram 3,42 por cento sobre um ano antes, conforme dados divulgados nesta quarta-feira pela Abras.
"O resultado do primeiro mês do ano é bom, mas o nosso setor segue com muita expectativa e certa preocupação com os acontecimentos econômicos em curso", avaliou Honda.
Em 2014, as vendas de janeiro tiveram crescimento anual de 4,5 por cento.
O preço da cesta AbrasMercado, que conta com 35 produtos de amplo consumo pesquisados pela GfK, cresceu 5,64 por cento em janeiro na comparação anual e avançou 1,04 por cento sobre dezembro, a 385,06 reais.
Os produtos que tiveram maior alta sobre o mês imediatamente anterior foram batata (+33,21 por cento), feijão (+14,91 por cento) e cebola (+11,07 por cento). Por outro lado, as maiores quedas foram sofridas por queijo prato (-5,62 por cento), farinha de mandioca (-4,82 por cento) e leite longa vida (-4,71 por cento).
(Por Marcela Ayres)