SÃO PAULO (Reuters) - A liquidação financeira dos contratos de energia referente a junho, que será concluída nesta quinta-feira, levará em conta 22 liminares que protegem empresas de perdas com o déficit de geração das hidrelétricas, informou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável pela operação.
A operação envolverá 3 bilhões de reais em pagamentos e recebimentos pelas empresas do setor, disseram à Reuters duas fontes da área de comercialização de energia, na terça-feira.
Se todas as empresas que possuem proteção judicial deixarem de aportar o que devem na liquidação, a inadimplência poderia atingir até 80 por cento desse total, disse nesta quinta-feira o gerente de regulação da comercializadora e gestora de energia Safira, Fabio Cuberos.
A movimentação em torno de um possível acordo entre empresas e governo, no entanto, faz com que Cuberos não se arrisque a prever em quanto ficará o calote.
Com a seca e o uso intenso de termelétricas, as usinas hídricas têm gerado abaixo do que precisariam por contrato há dois anos, o que motivou os investidores a buscar proteção nos tribunais contra novas perdas, enquanto negociam uma solução estrutural para o problema junto ao governo.
A iminência de inadimplência, inclusive, levou as empresas do mercado a negociar energia com deságio, ou seja, por preços abaixo do que receberiam se deixassem para liquidar os contratos na CCEE.
(Por Luciano Costa)