BUENOS AIRES (Reuters) - Forças de segurança argentinas enfrentaram trabalhadores que protestavam no acesso ao principal aeroporto do país nesta terça-feira, depois de o novo governo de Mauricio Macri ter advertido que não toleraria bloqueio de rotas, prática que costuma ser usada como forma de protesto.
É o primeiro conflito social que o líder de centro-direita deve superar depois de assumir a Presidência há somente 12 dias, em meio a uma situação econômica delicada e com uma oposição acirrada do peronismo e dos fortes sindicatos.
A TV argentina mostrou embates violentos entre os funcionários da empresa avícola Cresta Roja e os soldados, que lançaram água e dispararam balas de borracha para dispersar os manifestantes.
Vários trabalhadores ficaram feridos.
"Eles estão o tempo todo provocando, gerando este conflito", disse à imprensa o representante dos trabalhadores da Cresta Roja, Cristian Villalba, que afirmou que vai se reunir com autoridades do governo para resolver a disputa que impede os trabalhadores de receber os seus salários com normalidade.
As imagens de enfrentamentos entre forças de segurança e manifestantes haviam praticamente desaparecido nos últimos 12 anos, durante os governos de Néstor Kirchner e Cristina Kirchner, que haviam orientado policiais e soldados a não reprimir os protestos.
No entanto, muitos críticos afirmaram que essa política havia alimentado os protestos e os bloqueios de rotas.
(Reportagem de Maximilian Heath)