Xangai (China), 6 jul (EFE).- O ministro de Minas e Energia,
Márcio Pereira Zimmermann, presidiu hoje na Exposição Universal de
Xangai um fórum de investimentos no qual explicou os planos do
Brasil para fomentar as energias limpas e apresentou as
oportunidades do setor para mais de cem empresários chineses.
"Para o Brasil é importante que a indústria chinesa pense no
Brasil na América do Sul como alvos de investimentos industriais, já
que temos um mercado bastante promissor, por seu crescimento e pela
demanda de energia elétrica, e temos a certeza de que a China pode
ser um bom sócio neste processo", declarou a Efe Zimmermann.
"Penso que esse aumento do interesse das empresas chinesas no
Brasil coincide com um momento de interesse das empresas brasileiras
na China, e acho que isso vai evoluir para os dois países",
acrescentou.
"Brasil já vem mantendo uma grande integração com a China, os
dois países têm pontos de vista comuns em diversos assuntos, pelas
características semelhantes, portanto percebemos uma perspectiva de
aumento das associações entre Brasil e China" em matéria energética,
assegurou.
Durante um encontro com a imprensa local, Zimmermann destacou que
as empresas do gigante asiático são bem-vindas a participar do setor
energético brasileiro, da mesma forma que já fazem outras companhias
estrangeiras, como as espanholas Endesa e Iberdrola, sempre que
contemplem o marco legal do país.
O ministro apresentou aos potenciais investidores chineses as
diferentes possibilidades disponíveis no Brasil em energias
renováveis, e assinalou que, em energia hidroelétrica, apenas está
em exploração 30% do potencial estimado dos recursos hídricos do
país, calculados em 260 milhões de quilowatts/hora.
Brasil tem a sexta maior reserva mundial de urânio do planeta
(309 mil toneladas) e só uma usina nuclear, mas adiantou que na
próxima década o país iniciará a construção de novas centrais, e que
espera uma grande expansão do setor entre os anos 2030 e 2050, até
garantir outros 55 milhões de quilowatts/hora.
Além disso, destacou os esforços do Brasil na utilização de
biomassa como combustíveis limpos, e sua intenção de investir mais
em energia eólica, setor no qual estão começando a se especializar
as grandes empresas elétricas do gigante asiático.
Zimmermann explicou depois diante da imprensa chinesa que os
planos brasileiros de substituição da gasolina por etanol (álcool
etílico) como combustível para o transporte está permitindo ao
Brasil aumentar sua produção de petróleo e suas reservas para vender
a outros mercados, como China.
"Brasil pretende ser um exportador de petróleo, mas sem diminuir
sua tendência de aumentar a participação das energias renováveis",
assinalou, de modo que seu país espera exportar 20 milhões de barris
de petróleo anuais para 2019.
O aumento de suas exportações petrolíferas permitiu ao Brasil
alcançar com a China acordos como o assinado no ano passado pela
Petrobras, que recebeu crédito de US$ 10 bilhões do Banco de
Desenvolvimento da China em troca de um compromisso de provisão de
petróleo à companhia petrolífera chinesa Sinopec durante 10 anos.
EFE