LOS ANGELES (Reuters) - Mais de 50 executivos de Hollywood expressaram apoio à Netflix, que está enfrentando protestos de um movimento liderado por palestinos para retirar a série de TV israelense “Fauda” de sua plataforma de streaming.
Em uma carta na terça-feira ao chefe de conteúdo da Netflix, Ted Sarandos, os executivos de gravadoras e agências de talentos de Hollywood chamaram a ação feita pelo movimento Boicote, Desinvestimentos, Sanções (BDS) de uma “flagrante tentativa de censura artística”.
"Fauda” é um suspense produzido em Israel e ambientado na Cisjordânia sobre um agente secreto israelense que sai da aposentadoria para caçar um militante palestino.
A série, que possui diálogos tanto em hebraico quanto em árabe, foi transmitida pela primeira vez na TV israelense em 2015 e estreou na Netflix em dezembro de 2016. A Netflix deve lançar a segunda temporada em maio.
Em publicação em seu site na semana passada, o BDS pediu para a Netflix “cancelar ‘Fauda’”, dizendo que a série “glorifica os crimes de guerra do Exército de Israel contra o povo palestino”.
“Fracassar em fazer isto irá abrir a Netflix à pressão popular não violenta e possível responsabilidade legal”, acrescentou a publicação.
A Netflix se negou a comentar nesta quarta-feira.
Em sua carta de apoio, a Comunidade Criativa pela Paz, sediada nos Estados Unidos, chamou a série “Fauda” de uma representação com nuances de questões relacionadas ao conflito israelense/palestino”.
“Nós queremos que vocês saibam que nós apoiamos vocês e a Netflix em face desta flagrante tentativa de censura artística”, segundo a carta. Entre os signatários estão a chefe-executiva da Universal Music Publishing Group, Jody Gerson, o presidente da Geffen Records, Neil Jacobson, e Steve Schnur, presidente de música da desenvolvedora de games Electronic Arts (NASDAQ:EA).
A campanha contra a série é a ação mais recente desde 2005 do movimento BDS para promover um boicote cultural global contra Israel.
(Reportagem de Jill Serjeant)