JERUSALÉM (Reuters) - O Paraguai inaugurou sua embaixada em Jerusalém nesta segunda-feira, o segundo país a seguir o exemplo dos Estados Unidos e realizar a transferência politicamente delicada de sua representação antes localizada em Tel Aviv.
O presidente paraguaio, Horacio Cartes, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, participaram da cerimônia de inauguração. Os EUA transferiram sua embaixada para Jerusalém há uma semana, provocando revolta nos palestinos, e foram seguidos dias depois pela Guatemala.
O status de Jerusalém é um dos obstáculos mais difíceis para se fechar um acordo de paz entre Israel e os palestinos, que pleiteiam Jerusalém Oriental, capturada por Israel na Guerra dos Seis Dias de 1967, como sua capital com amplo respaldo internacional.
Israel considera toda a cidade, inclusive o setor oriental que anexou após o conflito de 1967, como sua capital.
"Este é um dia histórico que fortalece os laços entre Paraguai e Israel," disse Cartes na cerimônia. "Um grande dia para Israel. Um grande dia para o Paraguai. Um grande dia para nossa amizade", respondeu Netanyahu. "Vocês têm não somente o apoio de nosso governo, mas a profunda gratidão do povo de Israel".
Hanan Ashrawi, uma autoridade da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), repudiou o gesto do Paraguai.
"Ao adotar uma medida tão provocadora e irresponsável, que é uma contravenção direta da lei e do consenso internacionais, o Paraguai conspirou com Israel, os Estados Unidos e a Guatemala para fortalecer a ocupação militar e selar o destino da Jerusalém ocupada", disse Ashrawi em um comunicado.
Em dezembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, revertendo décadas de política externa norte-americana e contrariando o mundo árabe e aliados ocidentais.
A maioria das potências mundiais não reconhece a soberania israelense sobre a totalidade da cidade e afirma que seu status final deve ser determinado em negociações de paz.
(Por Jeffrey Heller)