Buenos Aires, 25 abr (EFE).- A presidente Dilma Rouusef e sua colega da Argentina, Cristina Kirchner, acertaram nesta quinta-feira ampliar as relações comerciais, o investimento e os fluxos financeiros entre seus países "para ajudar no desenvolvimento econômico e social".
Ambas se reuniram em Buenos Aires, "em um dia extenso e construtivo", na qual repassaram as relações bilaterais e dialogaram sobre outros temas de atualidade na região, como o possível retorno do Paraguai ao Mercosul depois da vitória de Horacio Cortes nas eleições do domingo passado.
"Estamos muito contentes e felizes que o Mercosul possa voltar a se integrar", disse Cristina em um pronunciamento conjunto para a imprensa.
A presidente argentina destacou a importância de manter relações "fortes" entre os dois países "perante as dificuldades que o mundo desenvolvido enfrenta, que exige um maior esforço para os emergentes para enfrentá-las".
Nesse sentido, Dilma ressaltou o papel "democrático e de estabilidade" de Argentina e Brasil em uma região composta por "Governos com origens muito variadas, mas que conseguiu construir a unidade".
"Por isso nos vemos menos afetados que os países desenvolvidos. Enfrentamos a crise com mais integração", disse.
Dilma lembrou a importância do diálogo e da transparência nas relações bilaterais para construir o crescimento e a prosperidade dos dois países.
"O melhor caminho para encontrar soluções é o diálogo", ressaltou.
A presidente do Brasil se referiu também ao conflito provocado pela decisão da Vale de cancelar a exploração da mina de potássio Rio Colorado, no oeste argentino, um projeto considerado "estratégico" pelo Governo de Cristina Kirchner.
"A Vale encontrará um caminho para chegar ao melhor acordo com as autoridades argentinas", assinalou.
As presidentes concordaram em avaliar a "qualidade" da declaração assinada junto a outros presidentes latino-americanos na Unasul por ocasião da eleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela.
"Foi aprovada por unanimidade e com conteúdo forte e definitivo", disse Cristina.
Dilma e Cristina explicaram que apesar do encontro frutífero, os quadros técnicos de cada país aprofundarão os temas desenvolvidos nesta quinta na reunião do Mercosul, na semana que vem em Montevidéu.
Além disso, a presidente argentina anunciou que se reunirá de novo com sua colega brasileira dentro de três meses no Brasil.
As duas foram acompanhadas por suas respectivas comitivas, que no caso da Argentina foi integrada pelos ministros das Relações Exteriores, Hector Timerman; de Indústria, Debora Giorgi; do Interior e Transporte, Florencio Randazzo; e de Economia, Hernán Lorenzino.
A delegação brasileira foi formada pelos ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota; de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel; e pela Chefe da Secretaria de Comunicação, Helena Chagas.
Também estavam ao lado de Dilma a presidente da Petrobras, Graça Fortes, e o assessor especial de Assuntos Internacionais, Marco Aurelio Garcia.
Após o pronunciamento conjunto, as duas delegações terão um jantar no Museu do Bicentenário, situado no subsolo da Casa de Governo.
Dilma deve retornar ao Brasil pouco antes da meia-noite. EFE
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