Por Anna Flávia Rochas
SÃO PAULO (Reuters) - Acionistas da Santo Antônio Energia, empresa responsável pela hidrelétrica Santo Antônio, no rio Madeira, se reúnem nesta terça-feira para definir um novo aporte necessário para manter obras da usina e arcar com obrigações no mercado de energia de curto prazo, disse o presidente da Eletrobras.
"Vamos discutir sobre o valor que é necessário para resolver as obrigações no mercado de curto prazo e outras despesas da obra e necessidades de caixa", disse ele a jornalistas antes de palestra no evento Power-Gen Brasil, organizado pela PennWell, em São Paulo.
Segundo ele, os acionistas da Santo Antônio Energia, entre os quais está a subsidiária da Eletrobras Furnas, discutirão sobre o valor aproximado de 1,6 bilhão de reais que já tinha sido apontado anteriormente como necessário para que a empresa cumpra com suas obrigações no curto prazo.
O executivo da Eletrobras explicou que os aportes serão feitos de forma proporcional à participação de cada acionista na empresa e que a Odebrecht já aportou cerca de 300 milhões de reais do total que havia sido apontado como necessário.
Agora, será feito um encontro de contas para definir os aportes ainda necessários proporcionais às participações de cada acionista que são: Caixa FIP Amazônia Energia (20 por cento), SAAG Investimentos (12,4 por cento), do grupo Andrade Gutierrez; Odebrecht Energia (18,6 por cento), Furnas (39 por cento) e Cemig Geração e Transmissão (10 por cento).
A Santo Antônio Energia tem enfrentado dificuldades de caixa para manter as obras na usina, enquanto tem que arcar com custos de curto prazo relacionados ao atraso da entrega de eletricidade da hidrelétrica. A empresa chegou a afirmar no passado que a manutenção das cobranças relacionadas ao atraso da entrega de energia poderia tornar a obra inviável e, atualmente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) analisa recursos da empresa contra algumas dessas cobranças.
Carvalho Neto disse que espera que a Aneel vote o recurso da empresa dentro do próximo mês.
Acionistas da Santo Antônio já fizeram aportes emergenciais no passado para cumprir com as obrigações no mercado e dar andamento às obras. No início de novembro ocorre a próxima liquidação no mercado de curto prazo na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em que a empresa terá que pagar novos valores que não foram divulgados.