A Auren Energia (BVMF:AURE3) registrou um lucro líquido de R$ 182,9 milhões no segundo trimestre de 2023, revertendo o prejuízo de R$ 2 milhões reportados no mesmo período do exercício passado. Com isso, no acumulado deste ano, já anota ganhos de R$ 412,8 milhões, ante perdas de R$ 7,5 milhões nos primeiros seis meses de 2022.
O desempenho foi favorecido pelo crescimento da geração eólica, que avançou 43,2% no trimestre, com a integral entrada em operação de complexos eólicos, e pelo cenário hidrológico mais favorável, que permitiu produção hidrelétrica 24% maior.
A receita líquida cresceu 6,7% entre abril e junho, na comparação anual, para R$ 1,437 bilhão. No acumulado dos primeiros seis meses, a alta é de 4,4%, para R$ 2,85 bilhões.
Já o Lucro antes de Juros, Impostos, Amortizações e Indenizações (Ebitda) chegou a R$ 457,9 milhões no segundo trimestre, alta de 53,5% em relação ao mesmo período do ano passado. No ano, até junho, o indicador chegou a R$ 909,8 milhões, alta de 51,5%.
Excluindo eventos não recorrentes, como os dividendos recebidos de investidas, a marcação a mercado de contratos de energia, e a reversão da provisão para litígios e baixa de depósitos judiciais, o Ebitda ajustado somou R$ 436,1 milhões no segundo trimestre, ligeira queda de 0,5% na comparação anual. No semestre, o Ebitda ajustado teve queda de 1,4%, para R$ 832,3 milhões. A margem Ebitda ajustado recuou 2,2 pontos porcentuais no trimestre, chegando a 30,3%. No semestre, a margem subiu 0,2 p.p., para 29,2%.
Entre os principais motivos para o desempenho mais fraco do Ebitda ajustado está o pagamento de dividendos das investidas, que foi menor neste ano, explicou o presidente da Auren, Fabio Zanfelice. Segundo ele, por uma questão de cronograma, o recebimento neste ano foi cerca de R$ 62 milhões menor. "Não fosse esse efeito, teríamos um Ebitda 18% acima do segundo trimestre de 2022", disse, salientando que essa redução reflete uma alteração no cronograma de pagamentos das empresas e os dividendos virão no segundo semestre.
Resultado financeiro
Além do bom resultado operacional, a companhia também anotou bom resultado financeiro no segundo trimestre, com despesa líquida de R$ 24,5 milhões, ante os R$ 187,5 milhões um ano antes. Uma das principais razões para o resultado foi o efeito positivo da atualização monetária mensal do saldo a receber da indenização da hidrelétrica Três Irmãos, que totalizou R$ 127,6 milhões no último trimestre, e pela reversão do ajuste da indenização a valor presente reconhecido sobre o saldo a receber da indenização, por causa da securitização desse crédito.
Como anunciou a empresa em junho, a Auren realizou a securitização da indenização da hidrelétrica Três Irmãos, no montante de R$ 4,2 bilhões, o que levou a companhia a registrar uma posição de caixa de R$ 6,3 bilhões. Com isso, a companhia encerrou o semestre com uma alavancagem de 0,3 vez a dívida líquida em relação ao Ebitda ajustado, ante 1,8 vez um ano antes. A dívida líquida consolidada ficou em R$ 456,1 milhões ao fim de junho. O prazo médio era de 6,6 anos e custo médio pré-fixado da carteira chegou a 10,8% ao ano.
Zanfelice considerou a operação de securitização como principal destaque do trimestre. "Apesar de termos registrado uma alavancagem bastante baixa, vamos investir ao longo do ano em Jaíba (projeto solar em construção) da ordem de R$ 1,5 bilhão", disse. Ele também reforçou a intenção de pagar mais uma tranche de R$ 1,5 bilhão em dividendos até o final deste ano, conforme anteriormente já anunciado. O executivo não revelou, porém, qual seria o nível de alavancagem "normalizada" que a empresa deve alcançar.