Investing.com - Na parte da tarde desta terça-feira na bolsa paulista, as ações da Bradespar (SA:BRAP4) operam com forte valorização de 7,40% a R$ 30,33, liderando os ganhos do Ibovespa. A holding divulgou resultado trimestral com provisão de R$ 1,2 bilhão processo envolvendo indenização bilionária à Elétron, com analistas do Credit Suisse avaliando que os papéis já precificam o pior cenário.
O caso diz respeito a uma disputa na qual a Elétron, do empresário Daniel Dantas, demanda indenização da Bradespar – que concentra seus investimentos na Vale (SA:VALE3) -e da Litel- que reúne participações de fundos de pensão na empresa. Uma decisão de primeira instância da justiça em julho mandou Bradespar e Litel pagarem à Elétron 4 bilhões de reais. Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou medida cautelar para suspender ordem judicial para que as duas depositassem cerca de 4,5 bilhões de reais relativos ao processo.
"Assessores jurídicos da Bradespar passaram a classificar como prováveis as probabilidades de perdas relacionadas a esses litígios", afirmou a holding no balanço do segundo trimestre para explicar a provisão, que fez com que a empresa fechasse o segundo trimestre com prejuízo de 618,9 milhões de reais, ante resultado negativo de 116,8 milhões de reais um ano antes.
No resultado do primeiro trimestre, a Bradespar havia provisionado 555 milhões de reais para o caso.
Em relatório a clientes, analistas do Credit Suisse liderados por Ivano Westin avaliaram que o atual patamar de preço das ações da Bradespar já reflete o pior e afirmam ver um balanço de riscos mais favorável.
Para a Mirae Asset, o resultado foi contaminado por eventos não recorrentes. Considerando a nova política de dividendos e a expectativa de resultados crescentes para a Vale nos próximos trimestres, os analistas segeuem recomendando a compra, com upside de 32%. A ação negocia a um múltiplo EV/Ebitda 2018 de 15,8x.
Na segunda-feira, a Bradespar divulgou que emitiu R$ 2,4 bilhões em notas comerciais, informando que os recursos obtidos com a emissão "serão usados para cumprir com obrigações existentes". Mais cedo, a Reuters noticiara, citando fonte a par do assunto, que a holding planeja usar recursos da emissão para pagar indenização à Elétron.