ISTANBUL (Reuters) - O presidente turco Tayyip Erdogan afirmou neste sábado que a Turquia não assistirá passivamente a armas sendo enviadas a soldados curdos na sua fronteira do sul, dizendo que o país responderá a qualquer ameaça à segurança nacional.
Os Estados Unidos estão armando soldados curdos do YPG para a batalha para recuperar a cidade síria de Raqqa das mãos do Estado Islâmico, irritando a Turquia, aliada da Otan. Ankara vê o YPG como uma extensão do grupo curdo PKK, que tem travado uma longa insurgência no sudeste da Turquia.
Turquia, Washington e a União Europeia designaram o PKK como uma organização terrorista.
"Nós definitivamente não vamos ficar em silêncio e indiferentes ao apoio a organizações terroristas próximas às nossas fronteiras e à formação de ilhas de terror na região", disse Erdogan, segundo o site Hurriyet Daily News.
"Não vamos hesitar em usar o nosso direito a nos defendermos contra formações que ameaçam a segurança do nosso país", disse Erdogan, em uma coletiva de imprensa, na cúpula do G20, em Hamburgo, de acordo com o site.
Erdogan expressou a preocupação da Turquia pela decisão dos EUA de armarem o YPG, em uma reunião na Casa Branca contra o presidente americano Donald Trump, em maio. Os dois também se encontraram na cúpula do G20.
Rebeldes sírios disseram na sexta-feira que estavam se preparando para se juntarem ao exército turco em uma grande ofensiva contra as forças curdas no noroeste da Síria, aumentando a possibilidade de mais uma frente em um conflito cada vez mais complexo.
Oficiais turcos não comentaram sobre nenhuma preparação militar no norte da Síria. Tropas turcas lançaram uma incursão através das fronteiras no último mês de agosto em apoio a rebeldes sírios, contra tanto o Estado Islâmico, quanto o YPG.