Money Times - O Bradesco (SA:BBDC4) reportou lucro líquido de R$ 6,5 bilhões no terceiro trimestre, em linha com as estimativas da XP Investimentos. Apesar disso, a corretora não gostou dos fundamentos do resultado.
“O lucro foi impulsionado principalmente por menores despesas com provisão e uma menor alíquota efetiva de impostos, duas linhas que estruturalmente não vão ajudar o banco no longo prazo”, afirmou a XP.
A margem financeira também desapontou, tendo apresentado crescimento de apenas 5% mesmo com a mudança do mix da carteira de crédito para pessoas físicas e pequenas empresas.
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“Apesar de esperado, as receitas de serviços também apresentaram um fraco crescimento de 3,7% anualmente para R$ 8,4 bilhões. O segmento de seguros e capitalização reportou seu pior resultado do ano, com baixa de 3% no trimestre para R$ 3,5 bilhões”, acrescentou a XP.
A Guide Investimentos reforçou a avaliação negativa dos números reportados pelo banco.
“Avaliamos que as dificuldades na expansão da receita da área de serviços e a redução do resultado da área de seguros, previdência e capitalização (segmento em que é líder no Brasil) levem queda no retorno sobre preço e lucro (P/L)”, disse a corretora. “O aumento das despesas deve influenciar negativamente sobre as ações hoje”.
Às 12h29 desta quinta-feira (31), os papéis registravam queda de 3,76% a R$ 35,29.
Nem de todo ruim
Apesar do descontentamento, a XP destacou alguns pontos positivos no trimestre, como a carteira de crédito, que registrou aumento de 3%, totalizando R$ 442 bilhões.
“Nossa visão é positiva para este crescimento, que vêm principalmente de linhas mais rentáveis e em um momento de queda da inadimplência”, comentou a empresa de investimentos.
A melhora da qualidade do ativo e a redução das despesas com imposto de renda e contribuição social foram outros pontos que chamaram a atenção da corretora, que recomenda compra para as ações com preço-alvo de R$ 45.
A Guide continua com visão positiva para o médio prazo em meio à estabilidade dos níveis de inadimplência e ao controle das despesas com PDD (Provisão de Devedores Duvidosos).
“Ainda vemos espaço para a continuidade de resultados fortes, mesmo em um ambiente de queda da taxa de juros. Esperamos ainda um crescimento no lucro e, melhora na rentabilidade com Retorno sobre o Patrimônio (ROE), atingindo patamar próximo de 20%”, concluiu.