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Brasil quer aprofundar conhecimento sobre eólicas no mar com projetos de petroleiras

Publicado 04.10.2022, 13:05
Atualizado 04.10.2022, 13:10
© Reuters. Torres de energia eólica offshore na Noruega
5/09/2018
REUTERS/Phil Noble
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SÃO PAULO (Reuters) - Projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação (PD&I) conduzidos por petroleiras serão importantes para que o Brasil conheça melhor seus recursos para geração de energia eólica no mar e possa impulsionar essa nova fonte em meio à transição energética global, disseram nesta terça-feira agentes do setor de energia e representantes do governo brasileiro.

A energia eólica offshore virou objeto de interesse de empresas como Petrobras (BVMF:PETR4), Shell (NYSE:SHEL) e Equinor, que veem nela uma alternativa para descarbonizar seus portfólios no Brasil aproveitando sua experiência em alto mar e potenciais sinergias com operações de exploração e produção de petróleo e gás.

A agência reguladora ANP já contabiliza dez projetos de PD&I de petroleiras dedicados a identificar e desenvolver soluções para geração eólica offshore, disse Symone Araújo, diretora da agência, durante seminário sobre o tema nesta terça-feira.

Segundo ela, esses projetos, relacionados a compromissos contidos nos contratos de exploração e produção das petroleiras, ganharam mais incentivo após atualização regulatória que permitiu que os investimentos pudessem ser direcionados a temas da transição energética, como hidrogênio e captura de carbono.

"É muito relevante esse movimento... Entendemos que há um papel relevante da cláusula de pesquisa, desenvolvimento e inovação [nos contratos] para que a gente possa cada vez mais acelerar e estar 'on board' no processo de transição energética", disse Araújo.

Gustavo Pires Ponte, representante da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), lembrou que a cessão de uso de recursos no mar será gratuita para atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, conforme decreto assinado pelo governo no início deste ano para desenvolver a geração eólica offshore.

O Ministério de Minas e Energia vem avançando com a regulamentação necessária para que os projetos comecem a sair do papel. Atualmente, os empreendimentos eólicos offshore em licenciamento no Ibama somam 169 gigawatts (GW) de potência.

Grandes grupos de energia e petroleiras vêm estudando oportunidades na fonte, que pode se tornar uma alternativa para a produção de outros combustíveis do futuro, como hidrogênio verde.

"Eles [projetos de PD&I] vão nos ajudar na superação desses desafios todos, como na formação de mão de obra", afirmou Ponte.

"Há um desafio de se conhecer melhor o recurso eólico no mar... Precisamos reduzir as incertezas, porque ainda nos baseamos em dados de modelos de satélite. A Petrobras é um ótimo exemplo, com recursos de P&D, fizeram a medição de ventos no mar", acrescentou Ponte.

A Shell está conduzindo estudos sobre a fonte focados em entender os recursos eólicos no Brasil, a fim de desenvolver tecnologias que sejam mais compatíveis com a realidade nacional, disse Camila Brandão, gerente do programa de pesquisa e desenvolvimento tecnológico em geração renovável da Shell Brasil.

"Temos um país com uma extensão de costa continental, o Nordeste tem uma variação de maré que pode chegar a 8, 10 metros. A gente tem uma água que é quente no Nordeste, no Sudeste é fria. No Sul, temos rajada compatível a tufão. Então será que a gente consegue replicar o modelo do pré-sal, onde conseguimos padronizar os equipamentos?"

Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), avalia que o Brasil ainda não tem "desafios" relacionadas à offshore, apenas etapas a serem percorridas.

© Reuters. Torres de energia eólica offshore na Noruega
5/09/2018
REUTERS/Phil Noble

Segundo ela, o Brasil já avançou com licenciamento ambiental e regulação para os projetos, enquanto questões associadas à infraestrutura (transmissão de energia), cadeia produtiva nacional e custos ainda precisam ser endereçadas.

Na semana passada, a executiva disse esperar que um primeiro leilão de cessão do uso do mar possa acontecer no primeiro semestre do ano que vem.

 

(Por Letícia Fucuchima; edição de Roberto Samora)

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