Investing.com - O atual patamar das ações das empresas de papel e celulose é baixo para o BTG Pactual (SA:BPAC11), com a melhor escolha, na visão do banco, ficando para os papéis da Suzano (SA:SUZB3). Para os analistas, esses ativos estão profundamente subvalorizados nos níveis atuais e esperam que a aprovação do acordo com a Fibria (SA:FIBR3) seja o próximo catalisador.
Para a equipe, as ações são negociadas perto de quatro vezes o EBITDA (excluindo sinergias), e o FCF rende perto de 18%. Eles acreditam que os investidores estão pagando perto de 0 valor por sinergias, o que acreditam que poderia valer pelo menos cerca de R$ 10 por ação.
Já em realrção à Klabin (SA:KLBN11), o BTG também vê valor, mas enxergam perspectivas mais limitadas do FCF no médio prazo. A questão com a Klabin é a diminuição da taxa de celulose (6,3x EBITDA 19), que vem arrastando seus múltiplos ultimamente. Dessa forma, o banco espera que que suas aprovações de projetos e liquidação de royalties com acionistas controladores sejam os próximos eventos a serem monitorados.
Em relatório enviado a clientes nesta terça-feira a equipe do banco mais uma vez se mostra satisfeira em ver a resiliência da indústria de celulose, com fortes números de embarques reportados pelo PPPC em outubro. Isso mesmo em meio a uma intensa deterioração da confiança nas últimas duas semanas, reconhecendo que a demanda na China tem diminuído, não há nada de alarmante na opinião da equipe.
Para o BTG, mesmo assumindo uma correção de preço de 10%, o FCF permanece sólido, destacando que no último roadshow, vários investidores pediram para realizar uma análise de sensibilidade, considerando uma queda significativa nos preços de celulose.
Apesar de acreditarem que há uma baixa probabilidade de uma forte queda nos preços, conforme o exercício teórico usual, os analistas decidiram avaliar o “carry” do setor olhando para métricas de avaliação sob uma correção de 10% nos preços da celulose e um BRL 3,70/USD (~ 5% abaixo do spot).
Com isso, a visão é que as ações ainda parecem baratas e a geração de FCF continua forte. Suzano: 19 EBITDA de R$ 16,4 bilhões / 5,5x EBITDA 19/14% de rendimento de FCFE (ex-sinergias); Klabin: 19 EBITDA de R$ 4,0 bilhões / 7,3x EBITDA 19/8% de rendimento FCFE (ex-crescimento).