Investing.com – As ações do Carrefour Brasil (BVMF:CRFB3) lideravam as altas do Ibovespa na manhã desta quarta-feira, 26, após a companhia divulgar balanço referente ao segundo trimestre deste ano. As vendas brutas apresentaram alta anual de 9,7%, totalizando R$29 bilhões. Além disso, a companhia anunciou geração de caixa no trimestre, com R$3,9 bilhões no 2T23, contra R$ 2,3 bilhões em igual período do ano passado.
Às 10h45 (de Brasília), os papéis avançavam 8%, a R$12,42.
A evolução do faturamento ocorreu devido à expansão orgânica do negócio de cash and carry e também pela integração das lojas do Grupo BIG, detalha o analista João Daronco, da Suno Research.
“Todavia, a companhia experimentou um aumento significativo de suas despesas operacionais, +32% no comparativo anual, devido às despesas relacionadas à integração do Grupo BIG”, pondera.
Assim, a empresa teve perda de lucratividade, pois margem EBITDA ajustada foi de 5,2%, contra 7,1% no mesmo período do ano passado. Já o EBITDA ajustado totalizou R$1,339 bilhão, recuo anual de 21,7%. O lucro líquido ajustado do controlador atingiu R$29 milhões, queda de 95% na comparação com o 2T22, que teria sido impactado pela diminuição do resultado operacional, alta do endividamento e das taxas de juros praticadas no país, completa o analista.
“A companhia destacou que inicialmente existem despesas não recorrentes, porém necessárias, durante o processo de conversão de lojas, tais como uma abordagem mais promocional com o objetivo de realizar ajustes nos estoques, impactos de fechamentos temporários e adequação do quadro de pessoal”, afirma Daronco.
A expectativa é de maiores ganhos de produtividade no terceiro trimestre com as lojas convertidas, tendo em vista que o Carrefour concluiu a conversão das 129 lojas em junho, seis meses antes do previsto.
A XP (BVMF:XPBR31), por sua vez, considerou os resultados fracos, mas acima das expectativas. Conforme os analistas Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday, o balanço mostrou melhor dinâmica de rentabilidade e faturamento. No entanto, o indicador de vendas das mesmas lojas no consolidado ficou negativo, com queda anual de 3%, desconsiderando postos de gasolina. A pressão do atacarejo esteve entre os pontos baixos, com deflação dos alimentos. Despesas do processo de integração também foram apontados como pontos de cautela pelos analistas da XP.
Além disso, os analistas da XP lembram que a empresa “mencionou a implementação de iniciativas para ganhos de eficiência no 2T que devem render R$ 300 milhões por ano de economias, impulsionadas principalmente por despesas gerais e administrativas, com implantação prevista para o próximo semestre, e reiterou o guidance de sinergias de R$ 2 bilhões por ano do BIG até 2025”, completam.