Investing.com - As ações da concessionária de rodovias CCR (SA:CCRO3) operam em queda na bolsa paulista na manhã desta quarta-feira, após matéria do jornal Valor Econômico apontar superfaturamento de contratos com empreiteiras para abastecimento de esquema de caixa dois. Os papéis são negociados a R$ 14,00, baixa de 1,34%, às 11:39.
O Valor teve acesso a depoimentos de ex-executivos ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP). A CCR superfaturou contratos de prestação de serviços com construtoras em 2012 em aproximadamente R$ 13 milhões a valores de hoje. O esquema é semelhante ao da CCR com o doleiro Adir Assad, que desviava dinheiro de contratos de publicidade e destinava para políticos entre 2009 e 2012.
Em fato relevante divulgado nesta manhã, a CCR disse estar impedida de fazer comentário sobre o caso, alegando sigilo. As ações da companhia tiveram as negociações suspensas com a divulgação do comunicado.
A empresa reiterou no fato relevante que tomou medidas de aprimoramento dos mecanismos de controle e da estrutura da governança corporativa. Além disso, alegou que não há administradores da companhia ou de empresas ligadas ao Grupo CCR nas ilicitudes investigadas, e que a apuração do Comitê Independente constituído pelo grupo vai ser apresentada às autoridades competentes.
Termo de Autocomposição
A CCR se comprometeu em novembro a um Termo de Autocomposição após o MP-SP apurar os esquemas com o doleiro e as empreiteiras. A concessionária se comprometeu a pagar uma multa de R$ 81,5 milhões. Na época de assinatura do acordo, o MP-SP disse não ter sido comprovado se o repasse de dinheiro a políticos resultou em benefício ao Grupo CCR. Caso sejam descobertas novas irregularidades, o acordo de autocomposição é rompido e novas investigações abertas