Por Michael Erman e Bhanvi Satija
NOVA YORK (Reuters) - O presidente-executivo da Pfizer (NYSE:PFE), Albert Bourla, chamou os planos dos Estados Unidos de negociar preços de medicamentos para seu programa de saúde Medicare de uma "negociação com uma arma na sua cabeça" e disse que espera que as farmacêuticas entrem com medidas judiciais para tentar interromper o processo.
"Não é negociação de forma alguma. É fixação de preços", disse Bourla em um evento de notícias da Reuters na quinta-feira, referindo-se à assinatura da reforma de preços de medicamentos do governo Biden, parte da Lei de Redução da Inflação (IRA). A lei visa economizar 25 bilhões de dólares por meio de negociações de preços até 2031 para os norte-americanos que pagam mais para medicamentos do que qualquer outro país.
A indústria farmacêutica diz que a lei, aprovada no ano passado, resultará em uma perda de lucros que forçará os fabricantes de medicamentos a recuar no desenvolvimento de novos tratamentos inovadores.
As empresas começaram a preparar o terreno para combater a Plano dos EUA, informou a Reuters no início desta semana.
"Acho que haverá uma ação legal", disse ele, acrescentando que não tinha certeza se isso interromperia o plano antes de os novos preços entrarem em vigor em 2026. Bourla disse que também não está otimista de que o Congresso vá agir para mudar a lei.
Os medicamentos que provavelmente estarão entre os primeiros objetos de negociação incluem o tratamento de câncer de mama Ibrance, da Pfizer, e o anticoagulante Eliquis, que a Pfizer compartilha com a Bristol-Myers Squibb (NYSE:BMY).
Bourla reconheceu alguns aspectos positivos da lei para pacientes, como custos mais baixos de medicamentos.