Por Susan Heavey e Richard Lough e Ben Blanchard
WASHINGTON/PARIS/PARIS (Reuters) - O presidente Donald Trump sinalizou nesta quinta-feira a perspectiva de alívio das tarifas de aço e alumínio para países que "nos tratam de forma justa no comércio", um gesto aparentemente destinado a renovar a pressão sobre o Canadá e o México para ganhar terreno nas negociações comerciais separadas.
Trump vai anunicar a decisão relativa a tarifas sobre aço e alumínio em reunião marcada para as 17h30 (horário de Brasília) desta quinta-feira.
O presidente dos EUA afirmou, em declarações a jornalistas nesta quinta-feira, que vai manter as sobretaxas inicilamente em 25 por cento e 10 por cento, mas terá o direito de subir ou baixá-las. A gama de isenções potenciais para aliados e indústrias tornou o resultado final imprevisível.
Além das isenções, poderia haver um período de consulta que levaria a um intenso lobby da indústria e de um grupo crescente de legisladores republicanos descontentes, que se opõem às tarifas propostas pelo presidente republicano.
"Nós temos que proteger e construir nossas indústrias de aço e alumínio, ao mesmo tempo mostrando grande flexibilidade e cooperação para com aqueles que são verdadeiros amigos e nos tratam de maneira justa tanto no comércio como militarmente", disse o presidente em uma postagem no Twitter mais cedo nesta quinta-feira.
Uma autoridade da Casa Branca também disse na noite de quarta-feira que Trump planeja oferecer ao Canadá e ao México - signatários do Acordo de Livro Comércio da América do Norte (Nafta)- a possibilidade de uma isenção de 30 dias das tarifas.
As conversas sobre tarifas elevou a perspectiva de uma guerra comercial global e atingiu duramente os mercados de ações. Tanto a União Europeia como a China disseram que vão retaliar a ação dos EUA, assim fizeram o México e o Canadá. Os vizinhos dos Estados Unidos estão envolvidos até agora em negociações infrutíferas com Washington para renegociar o Nafta.
"Se Donald Trump impuser as medidas nesta noite, temos todo o arsenal à nossa disposição para responder", afirmou o Comissário Europeu de Assuntos Financeiros, Pierre Moscovici.
As contramedidas incluiriam a imposição de tarifas nas importações europeias sobre laranjas, tabaco e bourbon dos EUA, disse Moscovici.
O governo chinês, que até agora tinha mantido em grande parte silêncio sobre o assunto, aumentou o tom significativamente. A China tem como carta na manga as grandes exportações agrícolas dos EUA e já disse no passado que poderia alvejar a soja.
"Especialmente dada a globalização de hoje, escolher uma guerra comercial é uma receita equivocada. O resultado só será prejudicial", disse o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, à margem de uma reunião anual do Parlamento da China. "A China teria que dar uma resposta justificada e necessária."
China registrou um superávit recorde de 375,2 bilhões de dólares no comércio com os EUA no ano passado.