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Trump promete a amigos "flexibilidade" enquanto alertas sobre guerra comercial aumentam

Publicado 08.03.2018, 14:03
Atualizado 08.03.2018, 14:10
© Reuters.  Trump promete a amigos "flexibilidade" enquanto alertas sobre guerra comercial aumentam
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Por Susan Heavey e Richard Lough e Ben Blanchard

WASHINGTON/PARIS/PARIS (Reuters) - O presidente Donald Trump sinalizou nesta quinta-feira a perspectiva de alívio das tarifas de aço e alumínio para países que "nos tratam de forma justa no comércio", um gesto aparentemente destinado a renovar a pressão sobre o Canadá e o México para ganhar terreno nas negociações comerciais separadas.

Trump vai anunicar a decisão relativa a tarifas sobre aço e alumínio em reunião marcada para as 17h30 (horário de Brasília) desta quinta-feira.

O presidente dos EUA afirmou, em declarações a jornalistas nesta quinta-feira, que vai manter as sobretaxas inicilamente em 25 por cento e 10 por cento, mas terá o direito de subir ou baixá-las. A gama de isenções potenciais para aliados e indústrias tornou o resultado final imprevisível.

Além das isenções, poderia haver um período de consulta que levaria a um intenso lobby da indústria e de um grupo crescente de legisladores republicanos descontentes, que se opõem às tarifas propostas pelo presidente republicano.

"Nós temos que proteger e construir nossas indústrias de aço e alumínio, ao mesmo tempo mostrando grande flexibilidade e cooperação para com aqueles que são verdadeiros amigos e nos tratam de maneira justa tanto no comércio como militarmente", disse o presidente em uma postagem no Twitter mais cedo nesta quinta-feira.

Uma autoridade da Casa Branca também disse na noite de quarta-feira que Trump planeja oferecer ao Canadá e ao México - signatários do Acordo de Livro Comércio da América do Norte (Nafta)- a possibilidade de uma isenção de 30 dias das tarifas.

As conversas sobre tarifas elevou a perspectiva de uma guerra comercial global e atingiu duramente os mercados de ações. Tanto a União Europeia como a China disseram que vão retaliar a ação dos EUA, assim fizeram o México e o Canadá. Os vizinhos dos Estados Unidos estão envolvidos até agora em negociações infrutíferas com Washington para renegociar o Nafta.

"Se Donald Trump impuser as medidas nesta noite, temos todo o arsenal à nossa disposição para responder", afirmou o Comissário Europeu de Assuntos Financeiros, Pierre Moscovici.

As contramedidas incluiriam a imposição de tarifas nas importações europeias sobre laranjas, tabaco e bourbon dos EUA, disse Moscovici.

O governo chinês, que até agora tinha mantido em grande parte silêncio sobre o assunto, aumentou o tom significativamente. A China tem como carta na manga as grandes exportações agrícolas dos EUA e já disse no passado que poderia alvejar a soja.

"Especialmente dada a globalização de hoje, escolher uma guerra comercial é uma receita equivocada. O resultado só será prejudicial", disse o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, à margem de uma reunião anual do Parlamento da China. "A China teria que dar uma resposta justificada e necessária."

China registrou um superávit recorde de 375,2 bilhões de dólares no comércio com os EUA no ano passado.

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