SÃO PAULO (Reuters) - A Cofco International e o Modern Farming Group anunciaram nesta quarta-feira, no Fórum Econômico Mundial, o que consideraram o primeiro acordo para venda de soja à China com uma "cláusula clara" de que o produto é "livre de desmatamento e conversão" de florestas em lavouras, segundo comunicado.
O memorando de entendimentos, assinado pela gigante estatal chinesa de comércio de produtos agrícolas e o Modern Farming, uma subsidiária do Grupo Mengniu do setor de lácteos, prevê negócios de soja em linha com o Programa de Certificação de Agricultura Responsável da Cofco International.
O acordo é avaliado em mais de 30 milhões de dólares.
"Hoje, mais do que nunca, a nossa indústria deve tomar medidas para ajudar a fortalecer os nossos sistemas alimentares, promovendo práticas agrícolas sustentáveis que protejam o nosso clima e ambiente...", disse o CEO da Cofco Internacional, Wei Dong, em nota.
Segundo ele, a ação ajuda a garantir um "abastecimento seguro de alimentos a preços acessíveis para todos, protegendo ao mesmo tempo os meios de subsistência dos agricultores".
O acordo foi facilitado pela Tropical Forest Alliance (TFA).
"Parabenizamos e agradecemos ao Fórum, à TFA e aos participantes do mercado envolvidos por convocarem o Grupo de Trabalho sobre Cadeias de Valor Verdes para a China e por alcançarem os primeiros marcos na integração do fornecimento de soja sustentável ao mercado chinês", disse Dong.
Segundo nota publicada pelo Fórum, o acordo servirá como um projeto piloto para criar mais resiliência na indústria agroalimentar global, que é responsável por mais de um terço das emissões globais por conta das atividades agrícolas associadas ao desmatamento.
"O mercado chinês desempenha um papel importante no comércio global de produtos agrícolas e o Fórum tem o prazer de facilitar esta ordem de compra verde como um sinal de liderança para o mercado", disse Liming Chen, presidente da Grande China, no Fórum Econômico Mundial.
Ele destacou o "grande potencial" para se gerar mais oportunidades de economia verde e promover a cooperação internacional.
(Por Roberto Samora)