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COLUNA-Campanha eleitoral entra em 3ª fase com escândalo da Petrobras

Publicado 08.09.2014, 20:43
Atualizado 08.09.2014, 20:50
COLUNA-Campanha eleitoral entra em 3ª fase com escândalo da Petrobras

(O autor é editor de Front Page do Serviço Brasileiro da Reuters. As opiniões expressas são do autor do texto)

Por Alexandre Caverni

SÃO PAULO (Reuters) - Ainda é cedo para avaliar exatamente qual será o estrago que as denúncias do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa trarão ao cenário eleitoral, mas já dá para dizer que a corrida presidencial iniciou uma terceira fase e que ela trouxe sobrevida ao presidenciável do PSDB, Aécio Neves.

Enquanto Eduardo Campos era o candidato do PSB, a eleição mais acirrada desde 1989 teve a mesma polarização PT X PSDB que vem marcando as disputas presidenciais há 20 anos. Com sua trágica morte e a assunção de Marina Silva à cabeça de chapa do partido o cenário sofreu um terremoto.

Nessa segunda fase, que durou poucas semanas, Aécio foi atropelado por Marina, que passou a dividir a liderança das intenções de voto para o primeiro turno com Dilma Rousseff (PT) e a derrotar a presidente nas simulações de segundo turno.

Agora, as denúncias do ex-diretor de Abastecimento sobre um suposto esquema de pagamento de propinas a parlamentares, governadores, partidos e até um ministro atingem as campanhas de Dilma e Marina. E Aécio tem sua última chance evitar uma desastrosa ausência no segundo turno.

No caso da presidente, os partidos citados nas reportagens são o próprio PT de Dilma, e PMDB e PP, dois aliados. Do lado de Marina, um dos governadores mencionados em reportagem da revista Veja é justamente o falecido Campos.

Por enquanto, o que vazou das denúncias que Costa fez sob o amparo da delação premiada, não trouxe muitos detalhes sobre um suposto esquema no qual empresas que ganhavam contratos com a Petrobras teriam que pagar, por fora, uma espécie de "pedágio" de 3 por cento a políticos e partidos.

Além de números sobre políticos envolvidos, apareceram até agora alguns poucos nomes que teriam sido mencionados por Costa.

Praticamente todos os citados nominalmente já se manifestaram publicamente negando qualquer envolvimento com qualquer esquema ou com Costa. No caso de Campos, sua defesa foi feita pelo PSB.

Mas em época de campanha eleitoral, não é preciso que haja provas sobre determinada acusação para que cause estragos nas chances deste ou daquele candidato. Ainda mais num país onde os escândalos de corrupção vêm aflorando continuamente há décadas e a predisposição para acreditar em denúncias é enorme.

Aécio vem repetindo desde sábado que estamos diante de um "mensalão 2", reforçando ainda mais na sua campanha o uso do escândalo que levou à prisão de petistas graúdos, entre eles o ex-ministro José Dirceu, além de políticos de outros partidos.

O tempo do tucano na propaganda eleitoral no rádio e na TV não chega à metade do que Dilma tem, mas o noticiário nas redes de TV, jornais e revistas será incessante sobre este tema nas próximas semanas. E mais destaque terá o assunto dependendo do que vazar das denúncias nos próximos dias.

Com essa munição toda, o alvo preferencial do tucano é a presidente. Antes mesmo das novas denúncias Aécio vinha repetindo que, para ele, Dilma já tinha perdido as eleições e que a disputa real se dava entre ele e Marina.

O problema para Aécio é que as últimas pesquisas Ibope e Datafolha o colocaram com 15 por cento das intenções de voto, menos da metade das duas líderes --Dilma com 35 (Datafolha) e 37 por cento (Ibope) e Marina com 34 e 33 por cento.

A coisa se complica ainda mais porque nada leva a crer que o patamar de apoio a Dilma caia abaixo dos 30 por cento ou, pelo menos, não muito abaixo disso. E se é fácil "bater" em Dilma pelo novo escândalo, não é tão simples fazer o mesmo com Marina, pelo menos pelo que se revelou até agora.

Além disso, a candidata do PSB tem se colocado como representante da "nova política", prometendo um governo técnico e sem concessões para obter apoio no Congresso. Para o eleitor desiludido com a política tradicional, o novo escândalo pode reforçar sua opção por Marina e não fazê-lo se voltar a Aécio, o único que neste caso não tem telhado de vidro.

Mas "água mole em pedra dura tanto bate até que fura" e são quatro semanas até o primeiro turno. Esta é a esperança de Aécio.

A má notícia para os mais ansiosos é que, independentemente de novos vazamentos das denúncias de Costa, deve levar algum tempo até que as pesquisas tragam respostas mais definitivas sobre os impactos do novo escândalo na corrida presidencial.

* Esta coluna foi publicada mais cedo nesta segunda-feira no terminal financeiro Eikon, da Thomson Reuters.

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