Por Shariq Khan e Liz Hampton
(Reuters) - Os já pressionados produtores de petróleo da América do Norte estudavam nesta terça-feira uma nova rodada de cortes de gastos e de perfurações, à medida que tentam acalmar as preocupações de investidores quanto à lucratividade dos negócios em meio aos atuais preços do petróleo.
O início da guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia fez com que as cotações da commodity recuassem em cerca de um terço na segunda-feira, disparando uma nova onda de choques em um setor que já passava por cortes de custos desde o colapso anterior dos preços, registrado entre 2014 e 2016.
A Chevron, segunda maior produtora de petróleo dos Estados Unidos, se juntou a Marathon Oil, EOG Resources (NYSE:EOG), à canadense Cenovus Energy e a diversos produtores de menor escala para reavaliar gastos e planos de produção em meio à decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de bombear mais óleo a partir do mês que vem.
Uma fonte próxima à Chevron afirmou que embora não seja fácil cortar despesas de capital em um orçamento já apertado, os executivos provavelmente buscarão reduzir o número de sondas ativas na bacia de Permian, no Texas, maior campo petrolífero da América do Norte.
A consultoria Rystad Energy projetou que os gastos totais da indústria em exploração e produção de petróleo sejam reduzidos em 100 bilhões de dólares neste ano e em mais 150 bilhões de dólares em 2021 caso os preços do barril permaneçam em torno de 30 dólares.
"(As empresas) vão cancelar toda e qualquer atividade que não seja geradora de receita", disse Audun Martinsen, da Rystad Energy.
Para cortar custos, estima-se que a indústria de "shale" (petróleo não convencional) dos EUA tenha de reduzir pela metade o número de poços que originalmente planejava perfurar neste ano.
(Reportagem adicional de Arunima Kumar e Shanti S Nair, em Bangalore)