Por Andy Sullivan e David Morgan
WASHINGTON (Reuters) - Parlamentares retornam ao Congresso dos Estados Unidos neste sábado sem um caminho claro para resolver uma disputa que parece provável que paralise amplas áreas do governo federal, de parques nacionais à regulamentação financeira.
As brigas internas entre os republicanos que controlam a Câmara dos Deputados levaram os Estados Unidos à beira de sua quarta paralisação parcial em uma década, já que a Casa não conseguiu aprovar uma legislação que mantivesse o governo em plena operação após o início do ano fiscal em 1º de outubro.
Do outro lado do Capitólio, o Senado, controlado pelos democratas, deve apresentar um projeto de financiamento provisório, mas a votação final pode demorar alguns dias.
Centenas de milhares de funcionários federais não terão recursos para realizar seus trabalhos se as duas casas não enviarem um projeto de lei de gastos para o presidente democrata Joe Biden sancionar até meia noite e um minuto de domingo no horário local (01:01 em Brasília).
Os órgãos federais já elaboraram planos detalhados que definem quais serviços devem continuar, como triagem em aeroportos e patrulhas de fronteira, e quais devem ser encerrados, como pesquisa científica e auxílio nutricional para 7 milhões de mães pobres.
A maioria dos mais de 4 milhões de funcionários do governo não receberia pagamento se estivessem trabalhando ou não.
O impasse ocorre poucos meses depois que o Congresso levou o governo federal à beira da inadimplência de sua dívida de 31,4 trilhões de dólares. O drama gerou preocupações em Wall Street, onde a agência de recomendação Moody's alertou que isso poderia prejudicar a capacidade de crédito dos EUA.
Normalmente, o Congresso aprova projetos de lei de gastos provisórios para ganhar mais tempo para negociar a legislação detalhada que define o financiamento dos programas federais.
Este ano, um grupo de republicanos bloqueou a ação na Câmara, pois pressionou para restringir a imigração e cortar gastos abaixo dos níveis acordados em impasse sobre o teto da dívida.
Na sexta-feira, 21 republicanos se uniram aos democratas para derrotar a legislação que refletia essas demandas, dizendo que a Câmara deveria se concentrar, em vez disso, na aprovação de projetos detalhados de gastos para todo o ano fiscal, mesmo que isso levasse a uma paralisação no curto prazo.
Isso irritou outros republicanos, que disseram ter desperdiçado uma oportunidade de promover políticas conservadoras.