SYDNEY (Reuters) - A BHP Billiton espera completar ao final do ano os trabalhos para conter o que resta dos resíduos que vazaram após o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco em Minas Gerais em novembro passado, no que foi considerado o maior desastre ambiental da história do Brasil.
Quando a barragem de Fundão estourou na mina da Samarco, uma joint venture entre a BPH e a Vale (SA:VALE5), foi liberado um volume de lama suficiente para encher 12 mil piscinas olímpicas, o que devastou uma comunidade inteira, matou 19 pessoas e deixou centenas de desabrigados.
"Trabalhos estão sendo conduzidos pela Samarco nas estruturas da barragem para conter os rejeitos e para tratar os sedimentos", disse a BHP em comunicado nesta sexta-feira, adicionando que isso deverá ser concluído até 31 de dezembro.
O trabalho de contenção dos rejeitos envolve mantê-los em uma única área, prontos para limpeza.
Ainda não se sabe exatamente o motivo do rompimento da barragem, mas especialistas sugeriram que o incidente provavelmente foi resultado da perda de estabilidade nos rejeitos utilizados em sua fundação, um processo conhecido como liquefação.
Um relatório encomendado por BHP e Vale em agosto concluiu que o colapso da estrutura foi causado por falhas em seu desenho e na drenagem.
O documento atribuiu o desastre a uma série de eventos iniciada em 2009, mas não apontou culpados e nem destacou erros específicos em práticas corporativas ou regulatórias.
Um porta-voz da BHP disse que não foi estabelecido um cronograma para a retomada das operações, mas adicionou que isso não deve acontecer em 2016.
(Por James Regan)