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SÃO PAULO (Reuters) -A Ambipar comunicou nesta sexta-feira que recebeu correspondência de seu acionista controlador, Tércio Borlenghi Junior, informando sobre a redução da participação detida direta e indiretamente por ele no capital social total e votante da companhia, de 73,48% para 67,68%.
Em fato relevante, a empresa cita que a redução ocorreu "em razão da excussão irregular de ações de emissão da companhia detidas pelo controlador, em descumprimento à medida cautelar deferida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, objeto do fato relevante divulgado em 25 de setembro de 2025".
Na ocasião, a Ambipar obteve da Justiça do Rio de Janeiro medida cautelar que, entre outras medidas de proteção, suspendeu efeitos de cláusulas contratuais que acionariam a aceleração de dívidas do grupo, bem como a exigibilidade de obrigações sob instrumentos contratuais relevantes.
De acordo com o controlador, entre os dias 25 de setembro e 6 de outubro, Bradesco e a Genial Investimentos, em conjunto com veículo do Grupo Opportunity (Genial/Opportunity), "excutiram ilegalmente ações" de sua propriedade, sem sua autorização e em descumprimento à medida do dia 25.
Borlenghi Junior cita uma "indevida transferência" ao Bradesco de 72.233.230 ações, das quais 15.896.900 ações foram alienadas entre 30 de setembro e 6 de outubro. Também aponta "indevida alienação" pela Genial/Opportunity de 24.550.000 ações entre 2 e 6 de outubro.
Entre 30 de setembro e 6 de outubro, os papéis registraram uma desvalorização de 91,5%.
Procurados, o Bradesco e Genial afirmaram que não comentariam.
O Opportunity esclareceu que não é credor do Fundo de Investimento em Participações (FIP) Everest, que por sua vez é o acionista da Ambipar, e não está executando antecipadamente qualquer dívida de Borlenghi Junior.
"As ações detidas pelo FIP são de titularidade exclusiva do próprio fundo e não constituem garantia de qualquer espécie. A alienação de ações pelo FIP corresponde a uma venda no mercado secundário. Essa transação não afeta o caixa da Ambipar e não representa execução de dívida — seja da companhia ou de Tércio Borlenghi", afirmou em nota enviada à Reuters.
Após as operações, Borlenghi Junior afirmou que a sua participação direta e indireta no capital social total e votante da Ambipar passou de 1.227.402.390 ações ordinárias (73,48%) para 1.130.619.160 ações ordinárias (67,68%).
"A alienação irregular de ações da companhia, em curto espaço de tempo e em violação à decisão judicial, resultou em perda estimada de valor de mercado de aproximadamente R$20 bilhões", afirmou o controlador na correspondência enviada à empresa, que atua em gestão de resíduos.
Borlenghi Junior afirmou que "estão sendo adotadas todas as medidas legais cabíveis para reversão da situação e responsabilização dos envolvidos".
Na bolsa paulista, a ação da Ambipar chegou a disparar 54% nesta sexta, voltando a ser transacionada acima de R$1, mas perdeu o fôlego e fechou com declínio de 2,78%, a R$0,7. Um dia antes da medida cautelar, os papéis haviam fechado a R$9,90.
(Por Paula Arend LaierEdição de Pedro Fonseca)