Por Hritika Sharma
AL WAKRAH, Catar (Reuters) - O zagueiro inglês Eric Dier descreveu a "situação terrível" para os trabalhadores migrantes no Catar como "decepcionante" e disse que as questões em torno da Copa do Mundo no país do Golfo Árabe esfriaram os ânimos dos jogadores antes do torneio.
O Catar enfrenta críticas intensas de grupos de direitos humanos por conta do tratamento dado aos trabalhadores migrantes, que, ao lado de outros estrangeiros, compõem a maioria da população do país.
O governo do Catar disse que seu sistema trabalhista ainda está em desenvolvimento, mas negou as alegações de um relatório de 2021 da Anistia Internacional de que milhares de trabalhadores migrantes no país foram forçados e explorados.
"Estamos aqui há muito pouco tempo. Muito já aconteceu, muitas coisas que são muito decepcionantes... eu estou falando, obviamente, sobre o que aconteceu nas construções dos estádios", disse Dier, de 28 anos, a jornalistas neste sábado.
"É uma situação terrível. Como jogadores, não temos influência nessas decisões. É uma Copa do Mundo e é algo que sou extremamente orgulhoso de fazer parte. Como equipe, estamos extremamente felizes em estar aqui e representar nosso país e jogar futebol", disse.
"Mas estamos sentados aqui falando sobre isso, em vez de falarmos sobre futebol. Então isso tirou muito da empolgação da gente. Mas não podemos nos esconder disso, seria errado ignorar."
A Anistia Internacional e outros grupos de direitos humanos pediram que a Fifa reserve 440 milhões de dólares para indenizar trabalhadores migrantes no Catar por abusos de direitos humanos.
A Fifa disse em maio que estava avaliando a proposta da Anistia, e que já havia indenizado uma série de trabalhadores, que receberam 22,6 milhões de dólares até dezembro de 2021.
A Anistia internacional liderou pedidos para Fifa e Catar estabelecerem um programa de compensação que reembolse salários não pagos e taxas de recrutamento a centenas de milhares de trabalhadores e indenizações por ferimentos e mortes.
"A Copa do Mundo foi concedida ao Catar em 2010, e eu tinha 16 anos naquela época... nós não temos absolutamente nenhum peso na decisão de onde jogar, essas decisões são tomadas por pessoas bem acima da gente", disse Dier.
(Por Hritika Sharma)