Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A estatal paranaense de energia Copel (SA:CPLE6) espera atingir em 2017 uma receita operacional de 700 milhões a 750 milhões de reais em sua unidade de comercialização de eletricidade, disse à Reuters nesta terça-feira o presidente da subsidiária, Franklin Kelly Miguel.
A comercializadora Copel Energia é uma aposta da companhia em um momento em que cada vez mais consumidores optam por migrar para o mercado livre de eletricidade, onde clientes de médio e grande porte podem negociar contratos de fornecimento diretamente com geradoras ou comercializadoras.
Segundo o presidente da Copel Energia, o crescimento da empresa no segmento tem sido acelerado, e em um ano de operação a unidade já poderia ser classificada entre os grandes nomes do mercado livre, com uma carteira de contratos que deve fechar o ano com cerca de 430 megawatts médios em energia vendida.
"Para uma empresa que tem um ano de existência, fechar com 430 megawatts médios é bastante coisa...e para 2018 nossa expectativa é de entre 760 megawatts e 800 megawatts médios de energia, a empresa praticamente dobrando de tamanho", afirmou Miguel.
Ele explicou que a unidade começou a ser desenvolvida pela Copel no final de 2015. A autorização para a operação da comercializadora foi oficializada em maio de 2016, em meio a uma forte expansão do mercado livre de energia, com consumidores deixando de comprar energia das distribuidoras em busca de contratos mais atrativos.
"A gente observou uma migração bastante elevada...a opção então foi criar a comercializadora, para que ao migrar para o mercado livre, os clientes pudessem migrar com a própria Copel. É um braço para reter os consumidores dentro do grupo", disse.
O executivo destacou ainda que a Copel aposta em um recém-lançado aplicativo para smartphones que permite ao consumidor simular o desconto que pode ser obtido com a compra de energia no mercado livre frente aos custos na distribuidora.
Segundo ele, essa conta não mostra mais atratividade para migrações efetivadas neste ano, devido a uma forte alta nos preços da eletricidade para 2017 após chuvas abaixo da média no início do ano, que não recuperaram os reservatórios das hidrelétricas.
"Para migrações em 2018 e 2019, a energia (no mercado livre) volta a ser competitiva. Não são mais os mesmos preços daquela época do boom de migração, mas os preços em 2018 ainda oferecem para o consumidor uma vantagem (em relação à distribuidora) na faixa de 10 a 15 por cento", disse.