SÃO PAULO (Reuters) - Maior operadora de viagens da América Latina, a CVC (SA:CVCB3) teve lucro líquido ajustado de 86,4 milhões de reais no quarto trimestre do ano passado, alta proforma de quase 26 por cento sobre o resultado obtido no mesmo período de 2016, apoiada em um aumento de dois dígitos nas confirmações de reservas.
A companhia teve lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 171 milhões de reais no quarto trimestre, expansão de 10,9 por cento sobre um ano antes, com a margem subindo 1,9 ponto percentual, para 50,5 por cento.
A receita líquida da CVC nos três últimos meses de 2017 somou 338,8 milhões de reais, expansão de 6,8 por cento na comparação anual
O balanço mostrou expansão das reservas confirmadas do segmento corporativo em ritmo maior que do segmento de lazer no quarto trimestre. As reservas para viagens corporativas subiram 17 por cento no período, enquanto as de lazer subiram 8,8 por cento.
"Em 2015 e 2016 houve quedas de duplo dígito nas viagens a trabalho, mas em 2017 houve crescimento mais acelerado no segundo semestre, capturando reflexos da melhora da economia", disse o vice-presidente financeiro da CVC, Luiz Fernando Fogaça.
"Mas não é só crescimento de passageiros, a ocupação nas companhias aéreas melhorou e houve crescimento de preços", acrescentou.
Para este ano, o executivo comentou que o cenário segue favorável em ambos os segmentos, com as viagens de lazer sendo apoiadas pelo crescimento da confiança do consumidor e câmbio estabilizado e as viagens corporativas guiadas pela evolução da economia.
A CVC terminou 2017 com 1.190 lojas franqueadas, após 109 aberturas. Para 2018, Fogaça afirmou que a empresa pretende adicionar mais 100 lojas franqueadas. Dentro dos planos, a companhia iniciou há cerca de duas semanas venda de pacotes para a Copa da Rússia, incluindo ingressos para os jogos, ampliando atuação que vem testando em grandes eventos. "Já tínhamos feito isso no caso do Rock in Rio...É uma quantidade menor para começar, mas se pegar tração (entre consumidores) vamos fazer mais", disse Fogaça.
Questionado sobre novas aquisições após compra da terceira maior operadora de viagens do Brasil em novembro, a Visual, o executivo afirmou que a CVC estuda há dois anos uma eventual expansão para outros países da América Latina, mas uma decisão ainda não foi tomada.
"Para a Argentina hoje em dia faz bastante sentido. A economia melhorou e a sinergia conosco é maior", disse o executivo.
(Por Alberto Alerigi Jr.)