SÃO PAULO (Reuters) - A Dexco SA (SA:DXCO3) não espera que o mercado de construção civil no Brasil tenha forte retração em 2022 diante das incertezas macroeconômicas e da alta dos juros em curso no país.
Executivos da companhia afirmaram nesta quinta-feira que, ao contrário, a demanda pode até crescer.
"O histórico mostra que ano de eleicão é bom para o nosso segmento, com aumento de gasto público", afirmou o presidente da fabricante de paineis de madeira e louças e metais sanitários, Antonio de Oliveira, em conferência com analistas.
A Dexco divulgou na noite da véspera menor volume de vendas em suas principais divisões de negócios no terceiro trimestre, mas reajustes de preços impulsionaram uma alta de 52% no lucro recorrente do período.
"O setor de construção civil vai seguir firme (em 2022). Pode ser que diminuam lançamentos ano que vem, mas o efeito disso no nosso mercado virá em 2023 ou 2024", disse o executivo.
Ele citou "a enorme carteira" de obras em andamento no país, que demandarão materiais de acabamento, especialidade da Dexco, ao longo de 2022 e 2023. "Tivemos um boom no segmento de luxo. É impressionante o crescimento deste segmento e nestas construções temos uma participação muito maior", disse Oliveira.
Às 13h06, as ações da Dexco exibiam queda de 5,15%, entre as maiores baixas do Ibovespa, que tinha recuo de 0,48% no horário.
Oliveira também disse que a demanda dos mercados externos por produtos de madeira está forte e que a Dexco, que tem investido em aumento de capacidade de produção de várias linhas de produtos, "certamente" terá chance de elevar exportações caso a demanda do mercado interno recue no próximo ano.
Segundo o executivo, os resultados da Dexco em 2022 devem ser similares aos apresentados atualmente pela companhia.
(Por Alberto Alerigi Jr.)