Investing.com - Depois de iniciar o dia com ganhos, com a notícia de que poderia distribuir US$ 1,7 bilhão em dividendos extraordinários a seus acionistas, as ações da Embraer (SA:EMBR3) passaram ao território negativo após uma nova decisão judicial suspender a operação com a Boeing. Agora, os papéis recuam 0,58% a R$ 20,68.
Mais cedo, a Justiça Federal de São Paulo concedeu liminar que suspende o acordo para a venda do controle da aérea aviação comercial da Embraer para a Boeing, atendendo a pedido feito em processo aberto por sindicatos de metalúrgicos.
A decisão é do juiz Victorio Giuzio Neto, da 24ª Vara Cível Federal de São Paulo, o mesmo que no início do mês já havia interrompido a operação ao conceder liminar favorável à ação movida por deputados petistas. Esta liminar acabou sendo revogada quatro dias depois pelo Tribunal Regional Federal da 3ª região (TRF3), que atendeu pedido da Advocacia-Geral da União (AGU).
A liminar concedida na quarta-feira tem entre os autores o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, cidade paulista que abriga um dos principais pólos de produção da Embraer no país, e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos.
Dividendos
A edição de hoje do Valor Econômico informa que a companhia deve usar parte dos recursos que receberá na operação de venda de 80% de sua divisão comercial para remunerar os acionistas. A publicação informa que, em média, a fabricante brasileira paga US$ 250 milhões por ano, contra a possiblidade de até US$ 1,7 bilhão pela operação.
Os dividendos bilionários, segundo o Valor, é uma das informações mais esperadas pelos investidores e analistas para poder avaliar a atratividade da operação no ponto de vista econômico, além servir para definir como votarão os acionistas na assembleia que definirá se a venda será aprovada.
O jornal informa ainda que o mercado espera que a Embraer confirme o valor dos dividendos no momento que convocar a assembleia de acionistas, logo após o governo, que detém uma golden share, der o seu aval para a operação.
Na segunda-feira, as companhias acertaram os termos da venda do controle de divisão de aviação comercial da empresa brasileira para o grupo norte-americano, em um acordo avaliado em 5,3 bilhões de dólares, mas um aval final do governo deve acontecer no mandato de Jair Bolsonaro.
O acordo foi acertado após um memorando de entendimento assinado em julho, que definiu que a Boeing terá 80 por cento da companhia a ser criada com a divisão de aviação comercial da Embraer. A empresa brasileira ficará com o restante e terá poder de decisão sobre "alguns" temas estratégicos, afirmou a Embraer em comunicado na segunda-feira.
Com Reuters.