Um estudo divulgado pelo NWI (New Weather Institute) na 4ª feira (18.set.2024) mostra que empresas de combustíveis fósseis já investiram, ao todo, cerca de US$ 5,6 bilhões em acordos de patrocínio esportivo. A pesquisa analisou 205 acordos ativos.
Nesse contexto, o automobilismo é o principal beneficiário, recebendo cerca de US$ 2,19 bilhões em 40 parcerias. Em 2º lugar, o futebol recebe US$ 994 milhões provenientes de 59 acordos.
Outros esportes, como críquete, futebol americano e ciclismo, também recebem quantias significativas, ultrapassando os US$ 450 milhões em acordos.
A Saudi Aramco (TADAWUL:2222), empresa petrolífera saudita, está no topo da lista de maiores investidores, com US$ 1,3 bilhão em 10 acordos, incluindo parcerias com a FIFA e a Fórmula 1.
A Ineos, empresa petroquímica, segue na sequência com US$ 777 milhões em 7 parcerias. Shell (NYSE:SHEL) e TotalEnergies também figuram entre as maiores investidoras, com US$ 470 milhões e US$ 340 milhões, respectivamente.
Além disso, o estudo também destaca o envolvimento de atletas, como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Anthony Joshua e Tyson Fury, em eventos no Oriente Médio, que fazem parte dos acordos de patrocínio.
Sportswashing
O documento alerta que, apesar das crescentes exigências por ações climáticas, as corporações estão utilizando o esporte para “melhorar sua imagem”. A prática é conhecida como “sportswashing” e é frequentemente utilizada por governos autoritários –no Oriente Médio, principalmente.
No caso dos investimentos de empresas de petróleo, o NWI considera essa estratégia enganosa e um entrave aos esforços de descarbonização.
“As empresas petrolíferas que obstruem a ação climática estão adotando táticas semelhantes às das grandes empresas de tabaco. A poluição do ar e as condições climáticas extremas ameaçam o futuro de atletas e eventos esportivos. Portanto, para garantir um futuro sustentável, é essencial que o esporte se distancie do dinheiro poluente”, disse Andrew Simms, codiretor do New Weather Institute.