(Reuters) - A elétrica Energisa (SA:ENGI4) anunciou a aquisição de 87 por cento do capital da empresa de geração distribuída Alsol Energias Renováveis, da Algar, após acordo com a empresa e seu fundador no valor de 11,7 milhões de reais, segundo comunicado nesta sexta-feira.
Embora não envolva um valor significativo para uma companhia do porte da Energisa, que controla 11 distribuidoras de eletricidade e teve receitas de 15,7 bilhões de reais em 2018, o negócio marca a entrada da empresa no setor de geração distribuída, que tem crescido em ritmo acelerado no Brasil.
Criada em 2012, a Alsol atua principalmente com fontes renováveis, como solar e biodiesel. A empresa foi fundada pelo engenheiro Gustavo Malagoli e passou a ser parte do Grupo Algar após receber investimento em meio a um programa da empresa para fomentar negócios inovadores.
Segundo a Energisa, o patrimônio líquido da Alsol era de 11,2 milhões de reais ao final de 2018.
As empresas de geração distribuída trabalham com instalações de geração em grandes terrenos ou mesmo em telhados de casas, prédios comerciais ou industriais, com a energia produzida podendo ser direcionada para atender à demanda de seus clientes.
O setor tem crescido fortemente desde 2012, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabeleceu regras para que a energia produzida por essas instalações pudesse ser direcionada para consumidores.
Atualmente, existem 72,1 mil instalações de geração distribuída no Brasil, segundo dados da Aneel, o equivalente a 872 megawatts em capacidade-- a maior parte usa a tecnologia solar fotovoltaica, que responde por 739 megawatts.
Em meio à rápida expansão da tecnologia, a agência reguladora tem discutido possíveis aperfeiçoamentos das regras para esses sistemas.
Enquanto isso, os projetos de geração distribuída já estão nos planos de grandes multinacionais de energia com presença no Brasil, como a francesa Engie (SA:EGIE3), a norte-americana AES, a italiana Enel (MI:ENEI) e a japonesa Mitsui, que comprou recentemente fatia na Órigo Solar, do fundo norte-americano TPG.
(Por Luciano Costa e Gabriel Araujo)