Engie vê maior demora para entrada em operação de usinas com ONS mais "conservador"

Publicado 08.08.2025, 12:56
Atualizado 08.08.2025, 13:00
© Reuters. Torres de energia eólican9/08/2024nREUTERS/Axel Schmidt

SÃO PAULO (Reuters) - A Engie Brasil Energia (BVMF:EGIE3) está levando mais tempo para conseguir colocar seus parques renováveis em operação comercial, em função de uma mudança de requisitos por postura mais conservadora do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), disse nesta sexta-feira o CEO, Eduardo Sattamini.

"É um primeiro desafio, uma primeira mudança que a gente observa, fruto do conservadorismo maior do ONS na entrada em operação de nova capacidade", disse o executivo, durante teleconferência de resultados da companhia.

A geradora renovável tem dois grandes projetos que estão quase concluídos e aguardam para entrar totalmente em operação comercial, o conjunto eólico Serra do Assuruá, na Bahia, com 846 MW, e conjunto fotovoltaico Assú Sol, no Rio Grande do Norte, com 750 MWac.

"O grande ponto hoje é em relação ao atraso na obtenção da declaração de atendimento aos procedimentos de rede junto ao ONS, está exigindo muito mais nos estudos do que exigia no passado", explicou o diretor de Energias Renováveis e Armazenamento, Guilherme Ferrari.

Ele ressaltou que os estudos exigidos estão "avançando bem" e disse não ver maiores dificuldades para finalizar a implantação dos projetos.

Ainda durante a teleconferência, Ferrari ressaltou que a companhia não enxerga hoje viabilidade para investir em novos projetos renováveis "greenfield" (do zero).

"Vamos manter esse pipeline para expansões futuras, não vislumbramos hoje, na situação atual, possibilidade de implantação de novos parques devido à sobreoferta de energia nos próximos anos."

Já o CEO lembrou que o segmento de renováveis no Brasil tem sido prejudicado pelos cortes de geração impostos pelo ONS, em função de gargalos na rede elétrica ou falta de demanda, um problema que traz perdas milionárias às empresas.

Ele voltou a defender a "contenção" do crescimento da geração distribuída de energia como alternativa para reduzir o problema dos cortes de geração das grandes usinas renováveis.

A adoção pelos consumidores dos sistemas distribuídos de geração, como telhados e fachadas solares, vêm crescendo exponencialmente no Brasil, em função de benefícios tarifários. Esse crescimento rápido e desordenado piora a situação de sobreoferta de energia, que contribui para os cortes de geração das grandes usinas gerenciadas pelo ONS.

"A geração distribuída realmente é um grande problema para o setor elétrico, problema para o desenvolvimento da capacidade de geração, para administração da rede de distribuição, no bolso do consumidor... Acaba gerando distorções e problemas para todos os agentes, a não ser aqueles próprios que se beneficiam da geração distribuída".

"Se continuar crescendo a GD do jeito que está, o curtailment (cortes de geração) vai acabar com a indústria de geração centralizada no país".

(Por Letícia Fucuchima)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.