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ENTREVISTA - JSL tem alta no lucro mesmo com receitas prejudicadas pela pandemia

Publicado 11.11.2020, 20:46
Atualizado 12.11.2020, 09:00
© Reuters.

Por Ana Julia Mezzadri

Investing.com - O terceiro trimestre foi um período movimentado para a JSL (SA:JSLG11). Entre julho e setembro, a companhia passou por uma reorganização societária, duas aquisições e um follow-on (processo que empresas de capital aberto fazem novas ofertas públicas - primárias ou secundárias - na bolsa). E os resultados começam a aparecer: o lucro líquido do período foi de R$ 25,4 milhões, alta de 12,4% ano a ano.

Em agosto, a JSL deixou de exercer papel de holding e passou a ser uma empresa independente, sob o guarda-chuva da Simpar (SA:SIMH3), focada na prestação de serviços de logística, seu core business

No mesmo mês, a companhia adquiriu 75% das ações da Fadel, empresa de logística focada no setor de alimentos e bebidas, e 100% da Transmoreno, especializada no segmento automobilístico.

Em seguida, em setembro, a JSL concluiu uma oferta de ações primária em que captou R$ 694 milhões. Por meio desta oferta a companhia reingressou no Novo Mercado, em que a partir desta quarta-feira deixou de ser negociada com o ticker provisório JSLG11 e se tornou JSLG3.

Em termos de resultados, a companhia apresentou receita de R$ 733,2 milhões, crescimento de 26,1% em relação ao segundo trimestre, mas ainda em baixa na comparação anual, Ebitda de R$ 118,2 milhões e margem Ebitda de 17,9%, expansão de 1% ano a ano.

Leia a seguir a entrevista com Fernando Simões, CEO da JSL.

Investing.com - Quais foram os destaques do terceiro trimestre?

Fernando Simões: Passamos por uma reorganização em que a JSL deixou de ser uma holding e passou a ser uma companhia de logística, que é o seu DNA e a sua origem. Na sequência, fizemos duas aquisições e o IPO. Esses são alguns dos movimentos que marcam o nosso terceiro trimestre e que marcam um pouco da nossa história. Isso posiciona a companhia para um novo ciclo de desenvolvimento empresarial, com oportunidades de consolidação, de ganhar escala, colher sinergias e melhorar o resultado. 

Falando de destaques financeiros da companhia, nos últimos anos trabalhamos bastante a nossa estrutura, a eficiência, e a redução de custos, e isso já começa a aparecer no terceiro trimestre. Em números, a JSL Logística teve R$ 25 milhões de lucro, que é 12% superior ao ano passado, mesmo com um a receita menor devido à pandemia. Quando falamos do lucro combinado com as duas empresas que adquirimos, que não está auditado, vamos para R$ 40 milhões de lucro nos últimos 12 meses, o que mostra a transformação da companhia em matéria de resultado e de volume.

Além disso, com nosso movimento estratégico de IPO, fizemos a captação de R$ 694 milhões. Com isso não só diminuímos a dívida, como o custo financeiro bruto foi para 3,9% do custo médio, queda de 3 pontos percentuais em comparação com o ano anterior.

Inv.com - Quais foram os principais ganhos trazidos pela reorganização societária?

FS: A JSL Logística fazia o papel de logística e de holding também. Ela deixa de fazer o papel de holding e passa a ter o foco exclusivo em companhia de logística. Com isso, voltamos a ter a possibilidade de fazer M&As só na logística, por exemplo. O IPO também nos deixa mais preparados para M&As, seja com ações ou com dinheiro. A reorganização nos possibilitou esse movimento. Então o reflexo e os benefícios dessa reorganização foram muito importantes para a companhia. Foi uma transformação da estrutura, de reorganização do capital, e agora a companhia está preparada para um novo ciclo de desenvolvimento

Inv.com - Sobre os resultados financeiros, já podemos para dizer que o pior ficou para trás?

FS: Eu diria o seguinte: nós sofremos, mas, em compensação, os resultados nossos melhoraram durante a crise. Trabalhamos duro e tivemos bastante agilidade. Para além disso, estamos sentindo que alguns segmentos que sofreram mais começam a retornar, até de maneira mais forte do que pensávamos.

Inv.com - No quarto trimestre, em outubro, foi possível sentir ainda mais melhora?

FS: O terceiro trimestre foi tão superior ao segundo, que como consequência nós acreditamos que o quarto trimestre deva ser não só de retomada, como vemos o mercado mais animado. Essa é a sensação que temos, de uma forma geral.

Inv.com - Quando vocês esperam enxergar níveis de receita pré-pandemia?

FS: Eu diria que estamos começando a estar perto disso. Contamos com isso quem sabe em 2021, voltando à normalidade. Mas tem voltado tão rápido que fica difícil dizer quando volta para o pré-pandemia. Sentimos esse retorno acontecendo, mas fica difícil dizer quando. O que acho muito importante é que nossos números mostram que, independente do crescimento, nosso lucro e nosso retorno têm melhorado, o que faz parte da nossa estratégia. Olhar o volume, olhar o crescimento, mas olhar também o retorno e o lucro. 

Inv.com - Um dos setores que mais sofreu foi o automotivo. O que vocês enxergam para esse setor daqui para frente?

FS: Na verdade, o setor automotivo chegou a parar. Realmente sofreu muito. Em compensação, já retornou, e acho que hoje a demanda é até maior do que a oferta. Então nós, como prestadores de serviço, estamos confiantes em capturar oportunidades nesse retorno de volume, que deve acontecer em breve. Não aconteceu ainda: está retornando forte, mas ainda não está em seus níveis pré-pandemia.

Inv.com - Como vocês avaliam as sinergias das aquisições recentes?

FS: Imaginamos conseguir colher todas as sinergias nos próximos 12 meses. Quando falamos de sinergia, é importante deixar claro que ela vem através de custo financeiro, dos nossos principais insumos, de pneu, combustível, compra de ativo. Não é sinergia de redução de pessoal, porque compramos boas empresas. Então a melhor sinergia é manter e aproveitar o que tem de melhor nas duas companhias, nas suas práticas e nos seus processos.

Inv.com - E vocês já estão vendo isso acontecer?

FS: Estamos vendo isso acontecer, estamos praticando, estamos implantando e, o que é mais bacana, isso ainda não está refletido no resultado do terceiro trimestre.

Inv.com - Quais são as avenidas de crescimento mais importantes daqui para frente?

FS: Temos várias avenidas de crescimento. No orgânico, acreditamos que os clientes cada vez mais irão buscar quem tem melhor governança, quem faz mais e melhor, entrega qualidade e eficiência com sustentabilidade. Acho que as grandes companhias tendem a buscar esse tipo de empresa, e temos um posicionamento diferente nisso. 

Acreditamos também que as empresas têm tentado se tornar cada vez mais competitivas, revendo seus processos produtivos. Temos muita oportunidade de prestação de novos serviços. A reforma trabalhista recente permite que as empresas terceirizem até mesmo seu foco principal de atividade, o que pode gerar oportunidades para empresas de serviços como a nossa. Nesse sentido temos a vantagem de ter um grande portfólio de serviços.

Inv.com - Em crescimento inorgânico, há mais aquisições em vista?

FS: Olhamos bastante para M&As. Isso é um foco do nosso planejamento estratégico.

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