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ENTREVISTA-Reforma no setor elétrico é processo longo e pode levar até 5 anos

Publicado 04.11.2019, 15:59
Atualizado 04.11.2019, 15:59
ENTREVISTA-Reforma no setor elétrico é processo longo e pode levar até 5 anos

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - Os planos do governo Jair Bolsonaro de promover uma reforma no setor elétrico são positivos e devem aproximar a regulação no país da praticada em mercados mais avançados, mas o processo será longo e a implementação total das mudanças pode levar até cerca de cinco anos, disse à Reuters um importante consultor.

O Ministério de Minas e Energia apresentou na semana passada plano de ação para a reforma que envolve a criação de um grupo para monitorar a adoção das medidas previstas ao longo dos próximos dois anos, com possibilidade de prorrogação do prazo por 12 meses adicionais.

O processo, que vem sendo definido pela pasta como uma "modernização", deve envolver mudanças em leilões de contratação de usinas, novas regras para cálculo de preços no mercado spot de eletricidade e uma gradual abertura do chamado mercado livre de energia, no qual grandes consumidores hoje podem negociar o suprimento diretamente com geradores e comercializadoras.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou na semana passada que a "fase de implementação" da regulação deve durar "entre dois e três anos", mas cronograma divulgado pela pasta projeta que algumas ações ficarão para após 2022, como uma possível abertura do mercado livre para clientes residenciais.

O ministro também disse que as propostas serão viabilizadas com medidas infralegais e por meio de dois projetos de lei já em tramitação no Congresso, sem a necessidade de apresentar uma nova matéria aos parlamentares.

"Em qualquer país do mundo, construir uma reforma setorial é um longo processo. Primeiro tem que viabilizar politicamente, depois criar o marco legal e a partir daí implementar. Até estarmos operando com um novo marco no mercado, acho que é um processo de quatro, cinco anos, mais ou menos", disse à Reuters o sócio-diretor da Thymos Energia, Alexandre Viana.

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Ele lembrou que a última mudança mais profunda no marco regulatório, no início do governo Lula, em 2004, partiu de discussões iniciadas em meados de 2001 e teve a implementação 100% concluída a partir de 2008.

Antes, o governo Fernando Henrique Cardoso também promoveu alterações profundas na área, com o chamado Projeto de Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro (RE-SEB), que estendeu-se de 1995 a 2003.

MUDANÇA EM LEILÕES

Um dos marcos importantes para as mudanças hoje em gestação no governo para o setor elétrico seria a implementação, prevista para a partir de junho de 2021, de novo modelo de leilões de energia para contratação de novas usinas.

No novo modelo, os leilões envolveriam a contratação em separado de nova capacidade, para expansão da matriz elétrica, e a negociação da energia a ser produzida pelas usinas, o que tem sido classificado pelo governo como "separação entre lastro e energia".

Na prática, as usinas teriam uma receita pelo "lastro" agregado ao sistema elétrico e receberiam em separado pela venda de energia em contratos, com a remuneração do lastro sendo rateada entre todos os consumidores por meio de um encargo --que alcançaria também consumidores livres.

O modelo entraria efetivamente em vigor com o início da cobrança desse encargo, provavelmente a partir de 2025 ou 2026, disse Viana.

Ele acrescentou que a criação de mercados elétricos de capacidade ganhou força pelo mundo a partir dos anos 2000, como forma de garantir ao mesmo tempo a remuneração a investidores e a segurança do suprimento energético.

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A solução surgiu em contexto em que a rápida expansão de fontes renováveis em alguns países faz com que os preços spot da energia cheguem a ficar negativos quando há forte geração solar ou eólica, o que poderia afastar investimentos em novas usinas caso não houvesse remuneração fixa pela capacidade ou lastro.

VELOCIDADE EM DEBATE

Viana, que abordou desenhos de mercado para o setor elétrico em tese de doutorado na Universidade de São Paulo (USP), projetou ainda que o governo deverá sofrer alguma pressão de investidores em energia para acelerar medidas previstas na reforma, como a abertura do mercado livre, principalmente.

O Ministério de Minas e Energia prevê que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve concluir até o final de 2022 estudo sobre a abertura do mercado para todos consumidores a partir de 2026.

"Acho que essa é a maior divergência. O mercado, de modo geral, desejaria que avançasse mais rápido isso, rumo a um mercado 100% livre. Mas isso tem implicações", afirmou Viana, que já foi executivo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e da chinesa SPIC.

Assim, é "natural" que o governo uma tenha visão mais "conservadora" sobre a transição para um mercado em que todos consumidores possam escolher diretamente seu supridor, inclusive clientes residenciais, apontou Viana.

Em meados de julho, o secretário de Planejamento do Ministério de Minas e Energia, Reive Barros, mostrou preocupações com os efeitos que uma ampliação acelerada do mercado livre de energia poderia ter sobre finanças das distribuidoras.

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Na ocasião, Barros afirmou que as empresas de distribuição têm perdido clientes para o mercado livre mesmo sob as regras atuais e destacou que eventuais problemas financeiros dessas concessionárias decorrentes de mudanças regulatórias poderiam desestimular novos investimentos privados no setor.

A reforma regulatória hoje em debate prevê estudos para que as distribuidoras sejam remuneradas pela infraestrutura disponibilizada aos clientes (fio), e não pela comercialização de energia, mas o cronograma do governo aponta a realização dessas análises após 2022.

Últimos comentários

Matéria fraca. Busquem ler o projeto completo para entender.
matéria bem esquerdista. . da s entender que haverá queda nas ações das elétricas. Comprem Elet3 / 6.
Governo monstro ,vida longa a esse presidente
o que o governo quer é baixar a energia livre solar limpa
A energia solar hoje é subsidiada e o setor já não precisa desses subsídios.
, foi o PT q criou ...ai podia incentivar o povo a gerar sua própria energia...agora q o PT perdeu o poder, o povo q o PT deixou no desemprego e desalento, nso precisa mais de incentivos? A Aneel continua aparelhada por ex funcionarios de estatais q estão lá defendendo só interesses de políticos e concessionárias e grandes grupos estrangeiros querem esse mercado p eles
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