LONDRES (Reuters) - Um ex-ministro das Minas e Energia do Reino Unido afirmou nesta sexta-feira que vai deixar o Partido Conservador, que está no poder, e renunciará ao cargo no Parlamento por conta da política ambiental do governo, criticando os planos de conceder mais licenças para a exploração de petróleo e gás natural no Mar do Norte. A renúncia de Chris Skidmore forçará a realização de uma eleição especial para substituí-lo, que será de grande interesse antes das eleições nacionais que o primeiro-ministro Rishi Sunak pretende convocar para a segunda metade de 2024.
A decisão do parlamentar também é uma dor de cabeça para o premiê, que tenta diminuir a liderança de dois dígitos da oposição, representada pelo Partido Trabalhista, sobre o governista Partido Conservador nas pesquisas.
Sunak é acusado pelos seus críticos de fazer pouco caso do compromisso britânico de alcançar emissão líquida zero para gases do efeito estufa, embora tenha dito que o Reino Unido permaneça a caminho de atingir essa meta até 2050. O governo quer aprovar uma nova lei que garanta rodadas anuais de licenças de exploração de petróleo e gás natural no Mar do Norte. Skidmore afirmou que, como ministro que assinou a lei de emissão zero em 2019, não pode votar a favor de um projeto que promove a exploração de petróleo e gás natural. “O projeto de lei que será debatido na próxima semana não faz nada a não ser enviar um sinal ao mundo de que o Reino Unido está recuando ainda mais de seus compromissos climáticos”, afirmou ele na plataforma X. “Não posso mais coadunar ou continuar apoiando um governo que está comprometido com um caminho que, eu sei, é errado e causará problemas no futuro.” Em junho, o ministro do Meio Ambiente, Zac Goldsmith, pediu demissão do cargo, criticando Sunak e dizendo que o premiê estava “desinteressado” nos assuntos ambientais. (Reportagem de Alistair Smout)