Por Hannah Lang
(Reuters) - O Federal Reserve lançará em breve um serviço que visa modernizar o sistema de pagamentos dos Estados Unidos, eventualmente permitindo que norte-americanos comuns enviem e recebam dinheiro em segundos, 24 horas por dia, sete dias por semana.
O serviço "FedNow", que está em desenvolvimento desde 2019, buscará eliminar o atraso de vários dias que geralmente leva para as transferências de dinheiro, colocando os EUA em linha com países como Reino Unido, Índia, Brasil e União Europeia, onde serviços similares existem há anos.
O FedNow será lançando com a certificação de 41 bancos e 15 provedores de serviços para usar o serviço, incluindo bancos pequenos e grandes credores como JPMorgan (NYSE:JPM) Chase, Bank of New York Mellon (NYSE:BK) e US Bancorp (NYSE:USB), mas o Fed planeja integrar mais bancos e cooperativas de crédito neste ano.
O serviço competirá com os sistemas de pagamentos em tempo real do setor privado, incluindo a rede RTP da The Clearing House, e foi inicialmente contestado por grandes bancos que o consideraram redundante. Mas, desde então, muitos concordaram em participar com base no fato de que o FedNow permitirá a expansão dos serviços que podem oferecer aos clientes.
Ao contrário dos serviços de pagamento ponto a ponto, como Venmo ou PayPal (NASDAQ:PYPL), que atuam como intermediários entre os bancos, os pagamentos feitos via FedNow serão liquidados diretamente nas contas do banco central norte-americano.
O Fed também já opera um sistema de pagamentos em tempo real chamado FedWire, mas que é reservado para pagamentos corporativos em grande escala, e só funciona durante o horário comercial. Embora o novo sistema FedNow seja para todos, é provável que beneficie mais os consumidores e as pequenas empresas, disseram analistas.
Bancos menores, que geralmente se conectam ao FedWire por meio de instituições maiores, encorajaram o Fed a desenvolver o FedNow, argumentando que isso permitirá a eles acesso a pagamentos em tempo real sem ter que pagar concorrentes maiores pelo serviço.
O FedNow não cobrará dos consumidores, embora não esteja claro se ou como os bancos participantes repassarão quaisquer custos associados ao serviço.
Alguns participantes do mercado levantaram temores de que o FedNow poderia sobrecarregar um banco em potencial, facilitando saídas rápidas de instituições financeiras, um medo que foi ampliado após a falência do Silicon Valley Bank mais cedo neste ano.
Mas as autoridades do Fed minimizaram essas preocupações, argumentando que os bancos têm ferramentas disponíveis para mitigar uma onda de saídas.