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Fila de navios cresce em portos dos EUA com greve de portuários entrando em 3º dia

Publicado 03.10.2024, 09:17
Atualizado 03.10.2024, 09:20
© Reuters.
US500
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Por Doyinsola Oladipo

NOVA YORK (Reuters) - Longas filas de navios porta-contêineres eram vistas nesta quinta-feira nos principais portos dos Estados Unidos, no terceiro dia da maior greve de estivadores em quase meio século no país. A paralisação impede o descarregamento e embarque de produtos desde bananas a peças automotivas.

Nenhuma sessão de negociação estava agendada para esta quinta-feira entre a International Longshoremen's Association e os empregadores, mas os proprietários dos portos, sob pressão da Casa Branca para aumentar sua oferta de reajuste salarial para os trabalhadores, sinalizaram na quarta-feira que estavam abertos a novas discussões com os representantes sindicais.

Pelo menos 45 navios de contêineres que não puderam descarregar ancoraram fora dos portos da Costa Leste e da Costa do Golfo dos EUA na quarta-feira, em comparação com apenas três antes do início da greve no domingo, de acordo com a Everstream Analytics.

"Muitos parecem ter decidido esperar, possivelmente na esperança de uma solução rápida para a greve, em vez de tomar a decisão proativa de desviar", disse Jena Santoro, da Everstream. Ela disse que o acúmulo de navios pode dobrar até o final da semana e que o congestionamento resultante pode levar semanas, se não meses, para ser resolvido.

Uma alternativa seria navegar para os portos da Costa Oeste, do outro lado do país, provavelmente usando o Canal do Panamá, uma viagem de milhares de quilômetros que aumenta os custos e acrescenta semanas aos prazos de entrega.

A greve envolve 45.000 trabalhadores portuários do Maine ao Texas. É a primeira grande paralisação da categoria desde 1977 e foi iniciada depois que as negociações para um novo contrato de seis anos com o grupo patronal United States Maritime Alliance (USMX) fracassaram.

A ILA está buscando um grande reajuste salarial, além de compromissos das empresas de interrupção de projetos de automação portuária que, segundo a entidade, acabarão com os empregos nos portos. A USMX ofereceu um aumento salarial de 50%, mas a ILA disse que isso era insuficiente para atender às suas preocupações.

"Para chegarmos a um acordo, será necessário negociarmos", disse o USMX no final da quarta-feira. "Não podemos concordar com condições prévias para voltar à negociação, mas continuamos comprometidos em negociar de boa fé para atender às demandas da ILA e as preocupações do USMX", disse.

O governo do presidente norte-americano, Joe Biden, ficou do lado do sindicato, pressionando os empregadores portuários a aumentarem a oferta de reajuste e citando lucros abundantes do setor de transporte marítimo desde a pandemia.

A greve afeta 36 portos - incluindo Nova York, Baltimore e Houston - que movimentam uma série de mercadorias em contêineres.

Na quarta-feira, a Federação Nacional do Varejo, juntamente com outras 272 associações comerciais norte-americanas, pediu ao governo Biden para usar sua autoridade federal para interromper a greve, dizendo que a paralisação pode ter "consequências devastadoras" para a economia. O governo norte-americano tem dito repetidamente que não usará os poderes federais para desmobilizar a greve.

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