Fitch rebaixa ratings de inadimplência do emissor da Oi S.A. para ’C’

EdiçãoLuke Juricic
Publicado 29.05.2025, 12:29
© Reuters.

A Fitch Ratings reduziu o Rating de Inadimplência do Emissor (IDR) de Longo Prazo em Moeda Estrangeira e Local da Oi (BVMF:OIBR3) S.A., importante empresa de telecomunicações, para ’C’ de ’CCC-’ em 29.05.2025. O rating Nacional de Longo Prazo também foi reduzido para ’C(bra)’ de ’CCC-(bra)’. As notas super seniores garantidas da Oi de US$ 655 milhões com vencimento em junho de 2027 e as notas PIK de dívida garantida subordinada de US$ 1,4 bilhão com vencimento em dezembro de 2028 também foram rebaixadas para ’C’ com Rating de Recuperação ’RR4’ de ’CCC-’/’RR4’.

O rebaixamento deve-se à deterioração da situação financeira da Oi, marcada pelo aumento da queima de caixa que excedeu as expectativas da Fitch. Para evitar o default, a empresa tem optado cada vez mais por pagar em espécie (PIK) suas obrigações de cupom, indicando um risco de crédito muito alto e piora nas condições de pagamento para os detentores do título de 2027 e das debêntures da V.tal. Essas ações podem potencialmente levar a uma troca de dívida sob estresse, destacando os esforços urgentes da Oi para gerenciar a liquidez. A empresa pretende resolver essas questões até 2026 por meio da venda de sua participação de 27,5% na V.tal e usar os recursos para quitar integralmente essas duas obrigações.

A Fitch prevê que a Oi buscará dispensas adicionais para cupons PIK em seu título de 2027 e na 13ª emissão de debêntures até que consiga alienar com sucesso uma parte significativa de seu portfólio de ativos. Isso inclui uma participação de 27,5% na V.tal, avaliada em R$ 13 bilhões, e quase 7.500 ativos imobiliários avaliados em R$ 5 bilhões. Apesar de manter R$ 1,4 bilhão em caixa contra R$ 213 milhões em dívida de curto prazo no 1º tri de 2025, a Oi obteve uma dispensa para pagar em PIK o cupom trimestral devido em 31 de março, no valor de R$ 153 milhões. Essa dispensa foi solicitada aos detentores de 12,4% (ou R$ 4,4 bilhões) do valor nominal total da dívida da Oi.

Os recursos da alienação da V.tal estão planejados para serem utilizados no pré-pagamento dessas dívidas. A Fitch espera que a Oi continue a pagar o cupom de 8,75% sobre o título de R$ 50 milhões com vencimento em julho de 2026, dado seu tamanho relativamente pequeno. O valor nominal remanescente da dívida de R$ 31,4 bilhões é PIK até o vencimento, com amortizações significativas programadas para dezembro de 2028 (R$ 5,5 bilhões) e dezembro de 2030 (R$ 2,8 bilhões, prorrogáveis). A resolução da arbitragem com o regulador ANATEL também poderia impactar positivamente a empresa e acelerar a desalavancagem, embora o prazo permaneça incerto.

A Fitch projeta que a Oi continuará queimando caixa ao longo de 2025 e até 2026, principalmente devido ao EBITDA negativo de seu negócio legado de linha fixa, o que resultará em uma estrutura de capital insustentável. A Fitch espera que o EBITDA negativo anual atinja aproximadamente R$ 2 bilhões em 2025 e R$ 500 milhões em 2026. No entanto, entradas previstas de capital de giro e redução de despesas de capital podem mitigar as perdas, levando a um FCF negativo de R$ 700 milhões em 2025 e R$ 450 milhões em 2027.

A Fitch espera que a Oi venda sua participação na V.tal até 2026, embora o prazo e a avaliação permaneçam incertos. Atrasos na alienação poderiam levar a acréscimos adicionais de cupons e aproximar a empresa das datas de vencimento do título super sênior e das debêntures em junho de 2027. As condições de mercado determinarão se a Oi pode vender toda a sua participação e atingir a avaliação de R$ 13 bilhões da venda da ClientCo. Dependendo do preço de venda, a Oi pode eliminar R$ 650 milhões em obrigações de dívidas de fornecedores take-or-pay não garantidas e amortizar parte da dívida roll-up.

A Fitch vê a venda de ativos imobiliários como um passo positivo para a Oi, apesar de sua natureza granular, incerta e gradual. A mudança de um regime de concessão para um regime de autorização permitiu à empresa vender até cerca de 7.500 ativos imobiliários, potencialmente avaliados em torno de R$ 5 bilhões. Os recursos dessas vendas destinam-se a reduzir compromissos take-or-pay com fornecedores, com quaisquer fundos remanescentes utilizados para novo dinheiro (se algum valor ainda estiver pendente), amortização da dívida roll-up e para as atividades operacionais da empresa. Além disso, a venda reduzirá os custos fixos associados à manutenção desses ativos.

A Fitch considera a resolução do processo de arbitragem da Oi com a ANATEL crucial para a recuperação financeira da empresa, apesar das incertezas relacionadas ao prazo e aos resultados da compensação. De acordo com a cascata de obrigações, quaisquer recursos da arbitragem seriam primeiro aplicados para liquidar R$ 8,5 bilhões em multas com a ANATEL. Posteriormente, a V.tal seria reembolsada por R$ 5 bilhões em obrigações de capex adiantadas à Oi, e quaisquer fundos remanescentes seriam divididos igualmente entre Oi e V.tal. Isso também poderia resultar na suspensão de obrigações onerosas de linha fixa, como comissões e pagamentos de seguros relacionados a altas provisões.

O IDR ’C’ da Oi reflete os níveis excepcionalmente altos de risco de crédito da empresa, onde um default é percebido como iminente, com a empresa provavelmente solicitando dispensas sequenciais para cupons PIK, o que representa uma deterioração na forma de pagamento.

A Fitch está usando a abordagem de valor de liquidação para estimar os Ratings de Recuperação para os títulos super sênior de 2027 e os títulos garantidos subordinados de 2028 da Oi, respectivamente. O programa de desinvestimento continua com a participação na V.tal avaliada em R$ 13 bilhões esperada para 2026. Apesar do bom valor de recuperação se a Oi vender as ações da V.tal aos preços solicitados, a Fitch limita os Ratings de Recuperação a ’RR4’ porque a Oi gera a maior parte de sua receita no Brasil.

Elevações são improváveis no curto prazo. No médio a longo prazo, o rating poderia ser elevado se a Oi vendesse uma parte substancial de seu pool de ativos e reduzisse a dívida geral que isenta a empresa de solicitar dispensas.

 

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