Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - A estatal Furnas, subsidiária da Eletrobras (SA:ELET3), assinou um contrato de 578,67 milhões de reais com empresas do grupo Odebrecht para o aumento da capacidade da termelétrica Santa Cruz, no Rio de Janeiro, segundo informações da empresa e do Diário Oficial da União desta segunda-feira.
O negócio, conquistado em licitação, vem em um momento em que a Odebrecht é pressionada por credores em meio a dificuldades financeiras iniciadas após um enorme escândalo de corrupção que atingiu a companhia, depois de investigações da chamada Operação Lava Jato no Brasil.
Segundo Furnas, a Odebrecht Engenharia e Construção Internacional e sua subsidiária CBPO Engenharia formam o consórcio contratado para a obra na usina de Santa Cruz, que envolverá a implantação de ciclo combinado na unidade. A assinatura do contrato aconteceu em 19 de março.
O negócio com a estatal não sofre restrições porque a Odebrecht não foi considerada inidônea pelas autoridades brasileiras, o que vedaria sua contratação por agentes públicos, informou a empreiteira à Reuters por meio da assessoria de imprensa.
A UTE Santa Cruz opera atualmente com 350 megawatts em capacidade, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O fechamento do chamado ciclo combinado na usina deve garantir uma potência final de pelo menos 507 megawatts líquidos, segundo documentos da licitação.
Segundo o Diário Oficial, o contrato com o consórcio da Odebrecht será por um prazo de 58 meses e em regime de empreitada integral, o que significa que a empresa ficará responsável por serviços de engenharia, obras civis, fornecimento de materiais, montagem eletromecânica e comissionamento da unidade, entre outras atividades.
ATRASO
A implementação do chamado ciclo combinado na termelétrica Santa Cruz foi autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ainda em 2002, com previsão de operação a partir de 2006.
Posteriormente, Furnas ganhou um prazo até o final de 2014 para entregar as obras, mas o cronograma ainda assim não foi cumprido.
O atraso no avanço do empreendimento levou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a multar a empresa em quase 995 mil reais em 2015, uma infração já paga pela estatal.