Por Gabriel Codas
Investing.com - A Gafisa (SA:GFSA3) se prepara para fazer uma oferta pública para aquisição das ações e, dessa forma, fechar a compra da Tecnisa (SA:TCSA3). O movimento aconteceria mesmo sem a aprovação do controlador da rival, o empresário Meyer Nigri. As informações são da edição desta sexta-feira da Coluna do Braodcast, do Estadão.
No decorrer da semana, as incorporadoras informaram ao mercado acerca da possibilidade de combinação dos negócios. No entanto, de acordo com a publicação, o que pode acontecer de fato é a anexação da Tecnisa.
Para isso, a Gafisa já adquiriu no mercado cerca de 3,1% das ações da Tecnisa e pediu a convocação de uma assembleia para que a fusão seja deliberada pelos acionistas controladores e minoritários na mesma ocasião. Além disso, a companhia pediu a a votação da retirada da cláusula do estatuto da Tecnisa que coíbe a aquisição de participação superior a 20%. Isso pode abrir espaço para a entrada de um sócio majoritário.
A coluna informa ainda que a lista de pleitos inclui ainda a destituição e eleição de um novo conselho e uma capitalização de R$ 500 milhões que, se não for seguida pelos atuais donos da Tecnisa, levaria à sua diluição na empresa.
Meyer Nigri, que fundou a Tecnisa na década de 70, nunca abriu mão do controle, mesmo depois do IPO em 2007. O empresário, junto com sua família, tem 24% das ações. De acordo com o jornal, barrar o avanço da rival vai ser uma tarefa complicadíssima. Os 76% de ações restantes estão nas mãos de milhares de acionistas minoritários. Se o valor da OPA for bom, eles não devem se opor à tentativa de compra da Gafisa.
O Estadão destaca que, apesar de ter capital pulverizado, sem a figura explícita de um chefão, a Gafisa tem poder exercido por Nelson Tanure, conhecido por atuar na recuperação da Oi (SA:OIBR3) e PetroRio (SA:PRIO3).