Por Sam Boughedda
Analistas do banco de investimento Berenberg disseram aos investidores, em uma nota emitida na sexta-feira, que havia sinais de que a inflação havia atingido o pico.
Eles explicaram que o banco analisou as taxas de inflação nas quarenta maiores economias do mundo, indicando que a mediana da inflação (IPC) atualmente é de 10%, "nível mais alto desde 1982 nessa base, em comparação com 1,7% no início de 2021”.
“O mundo está sofrendo um intenso choque inflacionário por diversas razões. Mais de 90% dos países que rastreamos apresentam uma tendência de alta da inflação, calculada como uma variação de 12 meses. Esse nível de 90% só foi rompido em três oportunidades desde o início da década de 1960: fevereiro de 1974, março de 1980 e julho de 2008. A mediana da inflação global atingiu o pico em 1-2 meses a partir desses rompimentos anteriores de 90%. Isso é consistente com sinais de precificação, como petróleo e custos de transporte, sugerindo que as taxas de inflação mundial cairão forte em 2023”, escreveram.
Os analistas disseram ainda que, apesar dos dados de inflação, “as mensagens são mistas para os mercados acionários".
“Em 1974, as ações (americanas) recuaram 27% nos meses subsequentes ao sinal de pico de inflação. Em 1980, esses papéis estavam 21% mais altos menos de um ano após o sinal de pico da inflação, mas os mercados acionários recuaram 36% nos meses subsequentes à crise de 2008. Nos dois anos posteriores ao sinal de pico da inflação (rompimento de 90%), os mercados acionários registravam uma queda de 3% em média, com uma faixa de +6% e -15%. Embora tenha sido um sinal forte de pico de inflação, não é um indicativo sólido (ou consistente) para a compra de ações", acrescentaram.
Eles concluíram que “há um claro suporte” para que as taxas de inflação atinjam o pico e recuem fortemente em 2023, embora, no geral, o Berenberg acredite que as ações ainda enfrentarão muitos obstáculos antes de focar na recuperação pós-recessão.